Nunca vendi a minha pena honesta,
Bufarinheiro de um jornal corrupto:
Onde o sol anda a rir de festa em festa,
Onde há luz a cantar, trabalho e luto.
 
Quem toma o nome e a máscara de um bruto,
Mais qualquer cousa inda a perder lhe resta?
Melhor fora, tremendo e resoluto,
Ser um ladrão que a larga estrada infesta,
 
Ou no oceano da vida tresmalhado,
Correndo mar e mar, audaz corsário;
Ser um herói do crime, enorme, odiado,
 
Mas um herói!... E tu, por vil salário,
Queres roubar-me do meu nome honrado,
Sem que enchas de oiro teu vazio erário?!...