Teve de anjos o céu um largo êxodo,
Como de quanto é bom tu tens do mundo:
E assim teu ódio anônimo e profundo
Vê na existência tudo ou vil ou doudo.
Donde és tu, verme esquálido, oriundo?
A alma branca aos teus pés caiu no lodo?
E as lágrimas, que solto, e em que te inundo,
Não são água a lavar-te o corpo todo?
Minha vida, mulher, por que não finda?
Amo-te assim: e amar-te assim devia?
Oh! tu és sempre encantadora e linda!...
És minha noite, e minha cobardia,
Noite... noite, onde encontro a luz do dia,
Luz melhor do que a luz do sol ainda!...