Alma ferida pelas negras lanças
Da Desgraça, ferida do Destino,
Alma, de que a amargura téce o hymno
Sombrio das crueis desesperanças;
5Não desças, Alma feita das heranças
Da Dôr, não desças do teu céo divino.
Scintilla como o espelho crystalino
Das sagradas, serenas esperanças.
Mesmo na Dôr espera com clemencia
10E sóbe á sideral resplandescencia,
Longe de um mundo que só tem peçonha.
Das ruinas de tudo érgue-te pura
E eternamente na suprema Altura,
Suspira, sóffre, scisma, sente, sonha!