Aos Meus Amigos de São Paulo

Se amo, padeço, e sonho, a recompensa
É a melhor que me dais, neste agasalho:
Desta ternura, sobre mim suspensa,
Desce todo o valor do quanto valho.

Não tenho aroma que vos não pertença:
Vêm de vós a doçura e o bem que espalho;
Valemos todos pela nossa crença,
Na comunhão do amor e do trabalho.

Operário modesto, abelha pobre,
De vós e para vós o mel fabrico,
E abençôo a colmeia que nos cobre.

Só do labor geral me glorifico:
Por ser da minha terra é que sou nobre,
Por ser da minha gente é que sou rico.