Estas duas irmãs são velhas parasitas
Gafas, trepando o tempo, em roscas variegadas,
Que nos ficaram já das gerações passadas,
Sobras das virgens que no tempo eram bonitas.
 
Não resta delas flor: mulheres esquisitas,
Com raivas imbecis, lutam sempre arrufadas
Pela escolha da cor das sedas e das fitas,
De uns belos noivos, que inda hão de vir, embaladas.
 
É cada qual, que o acaso em chão sáfaro lança,
Sem ter jamais provado a fundo o gosto à vida,
Uma pobre, uma tonta e iracunda criança;
 
De uma conspiração delas só conhecida,
Contra um crime geral tramando ideal vingança
Rosnam ambas ao umbral da próxima jazida.