Menina, eu nunca dedilhei na lira
Porque achei sempre a lira um impossível
Aos dedos meus tão toscos e estouvados
Canto à viola, enquanto o samba gira
Em curvas de atração irresistível
E dás no corpo uns jeitos engraçados
Deixa que os toleirões civilizados
Andem-se a francesar pelos salões
Depinicando os virgens corações
Como quem prova à mesa os bons guisados
Este viver assim é mais gostoso,
É mais humano e até paradisíaco,
É sensual sem ser afrodisíaco,
Acerba dor não traz depois do gozo.