Autor Discussão:Sapateiro Silva

Último comentário: 13 de dezembro de 2013 de 555 no tópico Deixando registrado

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Apenas deixando registrado onde aparecem pela primeira vez esses poemas, para eventuais desdobramentos futuros aqui no Wikisource Lugusto 20h36min de 13 de dezembro de 2013 (UTC)Responder

É também o caso de Joaquim José da Silva, o Sapateiro Silva, cuja obra mereceu uma edição crítica, por Rachel Valença, precedida de um “estudo histórico-literário”, de Flora Süssekind. A obra completa do poeta sapateiro, reunida pelas autoras, pode ser quase toda encontrada no Parnazo brasileiro, à exceção de duas glosas recolhidas por Varnhagen em seu Florilegio.

Quanto ao Sapateiro Silva, cabe aqui um aparte. A despeito de sua redescoberta, a dificuldade em enquadrar sua obra em um padrão é decerto garantia de que esta tem muito poucas chances de vir a fazer parte do cânone. Como bem assinala Flora Süssekind, “mesmo o responsável pela divulgação de sua obra não foge à sua caracterização como ‘curiosidade’”27[1] Os oito sonetos e as oito glosas incluídos por Januário no caderno 3° de sua antologia vêm precedidos de um pequeno texto por trás do qual o compilador parece ter julgado necessário se escudar:

Os nossos leitores desculparão a publicidade que damos aos seguintes versos joco-sérios; eles são produções de um mestre sapateiro, sem estudos; mas o seu gênio aparece nos mesmos disparates de suas composições, e por isso os espíritos joviais amarão ler, depois de tantas poesias sérias, estas que recreiam pela sua singularidade.28[2]

  1. "SÜSSEKIND, Flora. Nas suas costas estava escrito: sapateiro, p. 23.
  2. BARBOSA, Januário da Cunha. Parnazo brasileiro, p. 42. Observe-se que Varnhagen adota postura semelhante ao mencionar Joaquim José da Silva e no ensaio introdutório ao seu Florilegio. “Igual nome [poeta] não daremos, mas sim o de simples versejador a outro fluminense, cuja condição humilde foi para nós grande recomendação para o contemplarmos”, afirma o organizador da coletânea. “Referimo-nos ao sapateiro Silva. Os seus versos devem guardar-se, e podem alguns ler-se” (cf.:v. I, p. 40).

—SENNA, Janaína. A ponto precário: o parnaso fundacional de Januário da Cunha Barbosa In: LIMA, Ivana Stolze; CARMO, Laura do (Org.). História social da língua nacional. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2008. p. 322-323. Disponível em: <http://www.coresmarcasefalas.pro.br/det_pesq.php?idDocumentos=228>. Acesso em: 13 dez. 2013. Cópia arquivada no Web Archive.