Passarinho primoroso,
E gentil, plumeo cantor,
Que d’aromas tão fragrantes
Não esparzes com candor,
Quando trinas mavioso
Neste insolito rigor
De um sol forte e constante
Suaves cantos d’amor?!
Ás vezes contemplo
Do dia no albor,
Sentir o rigor
De escravo viver;
Suspiras e gemes
Em cantos d’amor,
Ah! sê meu primor
Não queiras morrer!
Anhélas no mato
Andar pelas fragas,
Viver só de bagas,
Nos ramos dormir?
Esvoaça saltando
Na tua prisão
Ai! tem compaixão
Não vive a carpir!
Infiltra bondoso
No meu coração
O doce condão —
Do meigo trinar;
Que juro comtigo
No mundo viver
Comtigo morrer,
Comtigo findar!
E as azas abrindo
O plumeo cantor,
As juras d’amor,
Ouvio a sorrir —
Em magos acentos
Endeixas drinou,
Que d’alma exhalou,
Que d’alma sentio! —