- Súbita, uma angústia...
- Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
- Que amigos que tenho tido!
- Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
- Que esterco metafísico os meus propósitos todos!
- Uma angústia,
- Uma desconsolação da epiderme da alma,
- Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
- Renego.
- Renego tudo.
- Renego mais do que tudo.
- Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
- Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na
- circulação do sangue?
- Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?
- Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
- Não: vou existir. Arre! Vou existir.
- E-xis-tir...
- E--xis--tir ...
- Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
- Renunciar de portas todas abertas,
- Perante a paisagem todas as paisagens,
- Sem esperança, em liberdade,
- Sem nexo,
- Acidente da inconseqüência da superfície das coisas,
- Monótono mas dorminhoco,
- E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
- Que verão agradável dos outros!
- Dêem-me de beber, que não tenho sede!