Carta sobre o pedido do capitão João Álvares de Matos ao Rei

Senhor

Dis o Capitão João alvarez de mattos morador na Villa da Lourinhaã que este Serviso a Vossa magestade no Verão pasado no descobrimento das nove peças de artelharia de bronze da nao almiranta que fes naufragio naquella costa, assistindo com sua industria, e despeza de barco proprio, e gente paga muitos dias na auzencia dos capitains Pedro fernão barreto, e marcos dias neto Commissarios deste negocio E porque este supplicante quer continuar a mereçer no serviço de Vossa magestade e descobrir as mays peças neste Verão, para o que tem feito novo barco, para começar avistar as peças lhe he necessaria alguma gente do mar dos que uzão os barcos em peniche, e betas para aboyar as peças avistadas

Pede a Vossa magestade Licença para continuar este Serviço e mandado para obrigar alguns homens do mar de Peniche e lhe mande Vossa Magestade dar logo bettas por não bastar tempo e trabalho, e que com aviso seu lhe acudão logo os Busios por ser a costa brava

[Abaixo, em letra diferente]

Imforme o Provedor dos Almazens E Com seu parecer. Lisboa 12 de Junho de 643

[Mais abaixo, em outra letra diferente]

Pareceme muito justo o que o suplicante pede e muito em serviço de// Vossa magestade Sem que lhe veja couza que seja em contrario. Lisboa, 13 de junho de 643

[No verso]

Provedor dos Almazens para prover do que for necessario ao suplicante E se passe mandado para em mais na forma que pede