Venice, 22 de Outubro de 1887
Apreciado senhor, Houve um tempo que que você decretou a sentença de morte para uma obra musical minha, a mais bem merecida sentença in rebus musicis et musicantibus [em matéria de música e músicos] . E agora, apesar de tudo, eu ouso enviar a ti outra coisa, - um Hino à Vida - , que eu quero sobretudo que permaneça vivo. Será cantada um dia, seja num futuro próximo ou remoto, em minha memória; em memória de um filósofo que não viveu o seu presente, e que não queria realmente vivê-lo. Ele merece isso? Além do mais, pode ser possível que nos últimos dez anos, eu tenha aprendido algo como músico também. Muito agradecido, apreciado senhor, como sempre e inalteravelmente,
Dr. Fr. Nietzsche