À hora de completa, foi o Senhor da morte e da vida ungido e embrulhado em um lençol e metido no sepulcro, mas não sem grande abastança de suspiros e gemidos e lágrimas da sua bendita madre, que ainda parecem sobre a pedra, segundo diz Santo Agostinho.
E vós, devotas pessoas, fazei de vosso coração um sepulcro para receber vosso amigo e tende vossos corações humildosos por continuada confissão, e guardai as suas armas no vosso coração, que são ensangüentadas do seu sangue quando morreu na batalha. E por sua morte nos livrou de perdição e nos ganhou o mor gado do paraíso, se por nós não fica.
E não esqueçais cada dia de esguardar com os olhos do coração, que assim como nos ele abriu a porta do seu coração para nós entrarmos dentro em ele, assim nos requere nos Cânticos que nós lhe abramos a nossa para ele albergar dentro em nós.
Pois abri-lhe vosso coração por oração e vossa boca por confissão; e vosso espírito por doce amor e os braços do coração para o abraçar e recebê-lo e sepultai-o todo em vós e lavai-lhe suas chagas com vossas doces lágrimas e untai-o de devoção por piedade e compaixão e embrulhai-o em um lençol, scilicet, em coração limpo e puro, se longamente o quereis guardar.