(Em frente a um quadro)
Epopéia da pedra, hino em mármore escrito,
Cada estrangeiro arranca um pouco do colosso;
Cospe-lhe à fronte o raio o luminoso grito,
Ladram-lhe aos pés a fome e as iras do molosso.
Encostado aos poiais da escadaria, o moço
Campônio a frauta ensaia indiferente: - ao infinito,
— Águias negras — em um fantástico alvoroço
Alam-se as torres sobre as asas de granito.
E aquela mole imensa, arcos, aterradoras
Pontes, e botaréus, e zimbórios, — luzernas
De colunas trepando, orquestras triunfadoras,
Cantos, que os carrilhões lhe arrancam das entranhas,
Que fluem vales além, — e além enchem montanhas,
Tudo ela dá na paz das construções eternas...