Buscas debalde o meigo passarinho
           Que te fugiu;
Como quer que isso foi, o coitadinho
           No brando ninho
           Já não dormiu.
 
O coitado abafava na gaiola,
           Faltava-lhe o ar;
Como foge um menino de uma escola,
           O mariola
           Deitou-se a andar.
 
Demais, o pobrezito nem sustento
           Podia ter;
Nesse triste e cruel recolhimento
           O simples vento
           Não é viver.
 
Não te arrepeles. Dá de mão ao pranto;
           Isso que tem?
Eu sei que ele fazia o teu encanto;
           Mas chorar tanto
           Não te convém.
 
Nem vás agora armar ao bandoleiro
           Um alçapão;
Passarinho que sendo prisioneiro
           Fugiu matreiro
           Não volta, não!