Correspondências de Euclides da Cunha

[S.l., 189- ]

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[cartão de visita]

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Porchat, amigo.

Vos envio muito saudar!

Estilo antigo, como vês, estilo de quem aproveita longa estada no leito da dor, com um reumatismo tenaz, para decifrar a velha linguagem dos cronistas do século XVII. Recebi tua carta e a Cigarra. Obrigadíssimo. Foi bom que o Estado nada dissesse sobre o Correio: encontrei tudo nos eixos. Estou felizmente restabelecido de cruel incômodo. Não gostaste então da Minas [...]? Também confesso-te que Minas é um pouco melhor. Leste o capítulo “Problema Histórico”? Quanta erudição maçuda! Que maravilhoso narcótico! Eu e a Saninha muito nos recomendamos a toda a tua família. Escreva sempre e disponha do amo. velho

Euclides

[S.l., s.d.]

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Porchat

Ontem, muito tarde já, recebi a carta que a este acompanha. O único meio que achei para satisfazer o que nela me pede o meu cunhado é este: pedir-te que fales ao Filinto a respeito; verás que se trata de questão de interesse geral. Será bom falares também com outro jornalista. Recomende ao Filinto que não declare haver partido de mim a reclamação porque em tal caso cairia eu só sob as iras do cidadão chefe da Estação da Aurora ― e não receberia mais cartas, nem jornais. Desculpe-me tanta maçada; muito breve estarei de volta. Escrevo este sobre o joelho, prestes a tomar o tílburi que me levará à Estação. Receba apertado abraço do amo

Euclides