A corrupção lavrou e ardeu por toda parte;
O dilúvio do mal encheu e afogou tudo!
Pode um homem de pé ver isto, e ficar mudo?
Hidra, reinas segura e calma em teu baluarte!?
 
Não ouvirás a voz de maldição, que parte
De um povo revoltado, e que atrás de éreo escudo
Busca apanhar teu golpe audaz, teu bote rudo?
Serpe, não há ninguém que se erga, e ouse esmagar-te?
 
Brio, e honra, e fortuna, e vida afronta o crime!
Rota a espada em uma mão, noutra põem-te a balança,
Arrancando o fiel, deusa grande e sublime.
 
Uma concha e outra concha agora anda e balança,
Conforme o movimento adrede, que lhe imprime
A ignorância, a paixão, o ódio, o orgulho, a vingança...