Cratos brada: — O Destino, Hefáistos, odeia,
Não perdoa aos heróis; por mim eu nada faço:
Põe-no de alto, ergue-o em cruz; atravessa-lhe um braço,
Prende o braço ao rochedo, o rochedo à cadeia;
Solda os elos ao torso; enrola, aperta, enleia...
Prende o outro braço; a coxa, — a outra; assim: cerra o laço;
No peito um cravo: bate: — esmigalha-lhe a idéia
No crânio, — o fogo, que ele andou roubando ao espaço,
E aos efêmeros deu, o lume assim roubado:
Jove quer Prometeu ao monte agrilhoado;
Prometeu paga a Jove a rebelião sublime.
Sob as garras do abutre a espicaçar-lhe a entranha,
Não há um deus que tente arrancá-lo à montanha?!...
Homem, o Prometeu és tu, e é teu... seu crime...