«Eu não sou dos que a patria só adoram»
Como adora o regato a propria serra:
Deus n'uma gleba apenas não se encerra;
Se visita esses mundos, que demoram
De céo a céo, tambem cafres o imploram.
Mas deixae que uma lagrima sincera
Possam os olhos dar, olhando-a, á terra
De onde a primeira vez aos céos se foram.
Sim, vêr-te, Portugal! eu chóro ao ver-te!...
Como ao Leão gigante do Occidente
Lhe cáe a garra, e em nada se converte!...
Não é isto o que eu chóro: o que me dóe,
É como aquella juba omnipotente,
Em pennas de pavão se decompõe!...
Coimbra, Janeiro, 1863.