- Na rua cheia de sol vago há casas paradas e gente que anda.
- Uma tristeza cheia de pavor esfria-me.
- Pressinto um acontecimento do lado de lá das frontarias e dos movimentos.
- Não, não, isso não!
- Tudo menos saber o que é o Mistério!
- Superfície do Universo, ó Pálpebras Descidas,
- Não vos ergais nunca!
- O olhar da Verdade Final não deve poder suportar-se!
- Deixai-me viver sem saber nada, e morrer sem ir saber nada!
- A razão de haver ser, a razão de haver seres, de haver tudo,
- Deve trazer uma loucura maior que os espaços
- Entre as almas e entre as estrelas.
- Não, não, a verdade não! Deixai-me estas casas e esta gente;
- Assim mesmo, sem mais nada, estas casas e esta gente...
- Que bafo horrível e frio me toca em olhos fechados?
- Não os quero abrir de viver! ó Verdade, esquece-te de mim!