Dicionário biobibliográfico cearense/Frederico Augusto Pamplona
Frederico Augusto Pamplona (B.el) — Filho do Com.or João Tiburcio Pamplona e D.a Francisca Joaquina Pamplona, nasceu em Aracaty em 1814. Neto paterno de Hippolyto Cassiano Pamplona e de D.ª Brigida Leonarda da Silveira, natural de Angra do Heroismo, Ilha Terceira, e materno de João Dias Martins, natural de Torres Vedras em Portugal e de D.ª Maria da Piedade, Pernambucana.
Filiado ao partido liberal, foi eleito deputado para o biennio 1840-41 e fez papel saliente lutando contra a prepotência e os desmandos do presidente Sousa Martins, e com a ascenção do seu partido ao poder a 21 de Julho foi nomeado por João Facundo para Secretario da Presidência, cargo que desempenhou egualmente na administração Alencar. Demittido de Secretario pelo presidente conservador José Joaquim Coelho que o substituiu por Anselmo Peretti (Acto de 10 de Maio de 1841), partiu para Pernambuco e na Faculdade de Olinda se bacharelou (1842).
De volta ao Ceará, foi nomeado promotor publico da comarca do Aracaty a 30 de Julho de 1844.
Dissolvida a Camara dos Deputados Geraes por Dec. de 24 de Maio de 1844 e annulada a eleição procedida a 1 de Janeiro de 1845, foi elle eleito deputado na eleição procedida a 3 de Agosto do dito anno e reconhecido.
Regressando á Província fundou com Tristão Araripe e Thomaz Pompeu O Cearense, orgam liberal, cujo 1.º n.º appareceu em o Domingo 4 de Outubro de 1846.
O Cearense chamara-se tambem o 2.º jornal publicado na Província. Este era semanal e sahia da Typographia Nacional, sendo o 1.º n.º de 12, quarta-feira, e o 2.º de 22 de Janeiro de 1825. Tinha por lemma: A opinião he quem avigora ou desorganiza a ordem social. Preço 80 réis o n.º avulso e assignatura 1$200 por trimestre. As folhas avulsas vendiam-se na loja de Manoel Alves de Carvalho á Praça Carolina.
Nomeado 2.º vice-presidente do Ceará por C. I. de 14 de Julho de 1847, administrou a Província de 31 de Agosto a 14 de Outubro em substituição ao l.º vice-presidente João Chrysostomo de Oliveira, e a 23 de Setembro foi escolhido Presidente do Rio Grande do Norte para onde embarcou na manhã de 2 de Dezembro a bordo do vapor « Imperador » commandante Joaquim Salomé Ramos. Substituiu no governo ao Dr. Casemiro José de Moraes Sarmento e nelle se manteve até Abril de 1848 quando partiu para a Côrte a tomar asssento na Camara como deputado reeleito pelo Ceará.
Com a queda do partido liberal e consequente dissolução da Camara temporaria por Dec. de 19 de Fevereiro de 1S49, mudou Frederico Pamplona a residencia para o Rio de Janeiro e ahi falleceu a 11 de Outubro de 1865. Era então um dos representantes do Ceará na Camara dos Deputados por eleição procedida a 1 de Janeiro de 1864.
Do seu consorcio celebrado em 1844 com D.ª Candida Rosa Pamplona deixou tres filhas: D.ª Francisca, D.ª Brazilina e D.ª Eriphila que casou com o primo Com.or Iclirerico Narbal Pamplona, e um filho Dr. Zoroastro Augusto Pamplona, pernambucano, que quando acadêmico em S. Paulo em 1861 publicou um volume de poesias e romancetes, a que deu o titulo de Poesias e Contos e depois de formado collaborou na Republica, do Rio de Janeiro.
Conheço delle:
— Ode ao senador padre José Martiniano de Alencar em 1840. Está impressa na Revista do Instituto do Ceará, tomo 16.º
— Oração fúnebre pronunciada em 22 de Março de 1860, setimo dia do fallecimento do senador José Martiniano de Alencar e impressa no «Commercial» de Fortaleza n.° de 27 de Abril.