CID: El Cantar de mio Cid (epopéia espanhola)
"Entrarei em batalha, não o posso evitar...
com seus próprios olhos verão
como se ganha o pão".
El cantar de mio Cid é um poema épico, de autoria anônima, que relata os feitos de Ruy Díaz de Vivar, personagem da história da Espanha medieval, que morreu em 1099. Logo após sua morte, o sentimento popular o elevou a herói nacional e exaltou a memória de suas façanhas através da criação de vários cantares ou poemas, denominando-o preferivelmente pelo apelido "Cid" (em árabe, "senhor") ou pelo qualificativo "Campeador" ("batalhador" ou "campeão"). A data provável do surgimento dos primeiros cantares em torno da figura do Cid é de 1140. O único manuscrito que ficou remonta ao ano de 1307, mas só foi descoberto e publicado em 1779. Este manuscrito contém três cantares, que descrevem a vida e as ações heróicas de Ruy Diaz em suas lutas contra os mouros e as intrigas palacianas: seu exílio de Castilha, as núpcias infelizes das filhas e a vingança contra os genros. A figura épico-histórica do herói espanhol passou da Literatura para o Cinema pela belíssima película El Cid (1961), dirigida por Anthony Mann, tendo Charlton Heston no papel de El Cid e Sofia Loren, no papel da bela esposa Jimena. A cena final do "Campeão" em cima do cavalo, comandando sua última batalha, consegue transmitir a misteriosa sensação de que realmente a figura do herói é imortal, encarnando o mito do valor bélico espanhol.