GENÉTICA (Genoma, DNA, Evolução das Espécies) → Darwin
Do radical grego gen, que significa "raiz", "origem", nas línguas ocidentais se formou uma família de palavras: gene, gênero, genético, genital, gentílico etc. Como o Gênesis é o livro da Bíblia que trata da criação do mundo conforme a crença religiosa judaica e cristã, assim a Genética é o ramo da Biologia, que estuda a origem dos gêneros e das espécies, do ponto de vista científico. O que distingue o gênero humano dos animais, a espécie homem da mulher, os animais da terra dos peixes do mar? A resposta se tornou mais complexa ainda, após a descoberta e os recentes estudos sobre o DNA, que começam a modificar os critérios de classificação dos seres vivos, antes predominantemente morfológicos. A engenharia genética iniciou em 1953 pela descoberta da forma helicoidal do ácido desoxirribonucléico, conhecido pela sigla DNA, que possibilitou o mapeamento do gene humano nos anos 90, cujas implicações para o conhecimento das características hereditárias dos homens e dos animais são ainda imprevisíveis. Hoje em dia, o código genético importa mais que a forma para determinar o agrupamento em gêneros e espécies. Acabou a crença na existência de super— raças e super— nações, pois a ciência demonstra que pode haver mais semelhança entre o DNA de um sueco e de um africano do que de dois homens da raça branca. As diferenças entre os povos se devem mais a fatores ambientais e culturais do que a raciais, como já ensinara o sociólogo brasileiro Roberto Freyre, em 1933, quando saiu publicada sua obra Casa-Grande e Senzala. Quanto à diferença entre o homem e o macaco, a teoria mais moderna opina que as duas espécies se diferenciaram há 6 milhões de anos e, a partir daí, passaram a seguir caminhos próprios. Resta muito a descobrir sobre o 0,6% de DNA, que faz a diferença entre o homem e o chimpanzé. Para os religiosos, aí estaria o dedo de Deus; para os descrentes, a diferença reside na inteligência e no raciocínio da mente humana, que leva a espécie do Homo Sapiens ao domínio sobre a natureza e à produção de obra de artes que desafiam o tempo. Acima de qualquer polêmica, é preciso ressaltar que o conhecimento da raiz biológica do homem está revolucionando a medicina e a farmacologia, permitindo diagnosticar doença ainda no estado fetal e produzir novos remédios para a cura de patologias hereditárias. Mais ainda, em 1997, a ovelha Dolly tornou-se famosa por ser o primeiro clone de um mamífero, pelo implante de células de uma ovelha de 6 anos no óvulo de outra, com o intuito de obter rebanhos com uma maior concentração de proteínas. O feito escocês abre o caminho para a possibilidade da clonagem humana, assunto de forte polêmica entre os geneticistas, implicando em problemas éticos. A importância da genética está salientada no verbete Darwin.