WOOLF, Virgínia (romancista inglesa: introspecção)
Luta mental significa pensar contra corrente e não com ela...
O que nos cabe é furar balões de gás com alfinetes
e descobrir as sementes da verdade.
Virgínia Woolf (1882–1941), contemporânea e quase conterrânea do grande mestre da narrativa de introspecção psicológica, James Joyce, abriu sua residência num bairro nobre de Londres aos escritores e aos artistas, discutindo as teorias freudianas (→ Freud), as idéias socialistas (→ Marx), o pensamento bergsoniano (→ Intuicionismo), o teatro de → Pirandello, os romancistas russos, as mudanças de costumes após o fim da moral vitoriana. Chegou a fundar uma editora para a impressão das obras literárias mais importantes de sua época. Este ambiente cultural e as crises depressivas de que sofria desde a infância marcaram a sua sensibilidade de mulher e de escritora. Sua obra literária está voltada para a exploração das regiões mais obscuras da alma, colhendo o conflito entre os desejos e a impossibilidade de sua satisfação. Em suas obras mais significativas (Mrs. Dalloway, Orlando, As Ondas) ela enfrenta a temática da impossibilidade da felicidade matrimonial, devido à essencialidade andrógina e plurifacetada do ser humano, que lhe impede de se satisfazer com o papel único que a sociedade impõe ao indivíduo. Sua técnica narrativa peculiar está baseada no uso do monólogo interior, das associações de idéias e de sentimentos que envolvem não só a vida psíquica de um personagem, mas que se transferem de um personagem para outro.