Nas manhãs largas de Janeiro passo
Às vezes triste pelo campo em fora:
Por que há mais brilho no esplendor da aurora?
Por que cantam mais pássaros no espaço?
Ela ao meu lado, então lhe aperto o braço:
E agora inquieto, e mais irado agora,
Sinto que um fogo interno me devora,
E ouço um rir de ironia a cada passo.
Fala-lhe o lírio, as mãos beija-lhe a rosa;
O sol a envolve, e eu sei que é de justiça,
Numa grande arcaria luminosa.
E vendo a luz... a própria luz submissa,
Ela da mágoa dos meus zelos goza,
E eu sofro a dor de tudo que a cobiça.