Domus aurea (grafia original)


De bom amor e de bom fogo claro
Uma casa feliz se acaricia...
Basta-lhe luz e basta-lhe harmonia
Para ella não ficar no desamparo.

5O sentimento, quando é nobre e raro,
Veste tudo de candida poesia...
Um bem celestial d'elle irradia
Um doce bem que não é parco e avaro.


Um doce bem que derrama em tudo,
10Um segredo immortal, risonho e mudo,
Que nos leva debaixo da sua aza.

E os nossos olhos ficam rasos d'agua
Quando, rebentos de uma occulta mágoa,
São nossos filhos todo o céu da casa.