Em Tradução:Ysengrimus
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- Título: Ysengrimus,
- Autor: Voigt, E.
- Lccn: 22011746
- Ano: 1884
- Editora: Buchhandlung des Waisenhauses
Liber Primus […] Egrediens silva mane Ysengrimus, ut escam ieiunis natis quereret atque sibi, cernit ab obliquo Reinardum currere vulpem, qui simili studio doctus agebat iter, previsusque lupo viderat ante videntem, quam nimis admoto perdidit hoste fugam. Ille, ubi cassa fuga est, ruit in discrimina casus, nil melius credens quam simulare fidem, iamque salutator veluti apontaneus infit: “Contingat patruo preda cupita meo!”(VOIGT, 1884, p.3).
[…] Em uma manhã, Ysengrimus estava no bosque a procura de comida para sua crianças famintas e para ele próprio, ele viu passando por ele Reinardus a raposa, que havia saído pelo mesmo motivo. Visto primeiramente pelo lobo a raposa perdeu sua chance de escapar (seu inimigo estava muito perto) antes que ele percebesse seu observador. Na situação em que escapar era inútil, ele pulou nos perigos da chance, acreditando em nada melhor que mostrar boa fé. Nesse instante ele produziu algo que soava como um cumprimento espontâneo: “Que a presa que procuras caia no caminho de meu tio”
Liber Secundus […] lam laxare suas iteranda ad verbera vires sederat invita fessa quiete cohors. Sola Aldrada furit, quamvis defessa recusat sidere, ni truncet presulis ante caput. Illa manu vastam vibrans utraque bipennem et misero capiti vulnera dira minans semiloquas voces balbo stridore babellat, dentibus undenis dimidioque carens; Efflua nascentes lingua feriente parumper aera deformat spuma liquatque modos: “Quam michi Gerardus creber bonus, improbe raptor, fraude tua periit, quam bona Teta frequens!” Parta tibi hic eadem est pietas, utinamque bis essent, quot michi dempsisti, colla secanda tibi! [...](VOIGT, 1884, p. 71).
[…] Agora, a multidão exausta sentou-se, descansando, embora relutantemente, de modo a recuperar as forças para outra rodada de golpes. Somente Aldrada (a ovelha) continuava, apesar de fatigada, ela se recusava a sentar-se antes de decepar a cabeça do Bispo. Erguendo um enorme machado com as duas mãos e desferindo terríveis golpes sobre sua miserável cabeça, ela espumava gaguejando (ela estava sem onze dentes e meio). Quando sua língua golpeava o ar, a saliva gotejando deformava e engrossava os sons no momento em que eles surgiam: “Ladrão perverso, quantas vezes um bom Gerard, quantas vezes uma boa Teta minha, pereceu por sua traição”. Eu apenas desejo que o pescoço que irei cortar para você fosse o dobro daqueles que você tirou de mim [...]
Liber Tertius […] Ut miseros fortuna premit, mansuescere nescit, multatos multis pluribus illa ferit, Nec super addendi metam mox provehit ullum, nec quemquam subita proterit illa manu, Iimpia namque pie, mala leniter et male lenis posse perire uetat, uelle perire facit. Materiam servans irae non prorsus inhorret, impatiens pacis convaluisse vetat, et minus in quosquam est probitatis nacta iuvandos, quam super angendos improbitatis habet. Scilicet aeternum laedit fidissima quosdam. cum penitus nulli faverit absque dolo, nam maiora solent miseris adversa nocere, prospera quam felix ullus habere potest. (VOIGT, 1884, p. 118).
[…] Quando a Fortuna está oprimindo o miserável ela não dá trégua, por isso naqueles que ela já puniu, ela desfere ainda mais golpes, da mesma forma, ela não é breve quando empurra alguém para além dos limites de seu sofrimento, nem extermina ninguém com uma pancada rápida. Impiedosamente piedosa, bondosamente maliciosa e maliciosamente bondosa, ela impede a possibilidade da morte enquanto cria o desejo de morrer. Ela debruça-se, longamente, sobre a questão da raiva e não se irrita imediatamente; e ainda é tão impaciente acerca da paz que evita que esta se estabeleça apropriadamente. E ela tem menos benevolência aos quais ela deve ter apreço, do que malevolência aos que deveria atormentar. Ou seja, algumas pessoas as quais ela é completamente obcecada em prejudicar, até o fim da vida, mas não há ninguém a quem ela mostre apreço injustificado, sem trapacear. Porque os desastres que cercam o miserável são normalmente maiores do que os lances de boa sorte com os quais um homem bem afortunado pode se deparar."
Liber Quartus […] Orandi studio loca uisere sacra volebat caprea cum sociis Bertiliana suis, incomitata prius, septem post nacta sodales, officiis quorum nomina iuncta vide: Rearidus cervus, suspectum ductor in agmen, horrida ramosi verticis arma gerit; Berfridus caper et vervecum satrapa Ioseph praesidium armata fronte tuentur idem; Carcophas asinus, portandis molibus aptus, nomen ab officii conditione trahit; dictatum Reinardus agens prohibetque iubetque, Ut clavis facilem torquet utroque ratem, mimirum sapiens senioque illectus, an artem tempore, an aetetem vicerit arte, latet; actitat excubias anser Gerardus et hostes nocturnos strepitu terrificante fugat; horarum custos Sprotinus gallus et index tempora tam lucis quam tenebrosa canit, luce viae tempus cantat pausaesque cibique, Nocte deo vigiles solvere vota monet. (VOIGT, 1884, p. 194).
[…] Bertiliana, o veado, com seus companheiros, estava ansioso para visitar alguns locais de peregrinação, movido pelo desejo de lá orar. Primeiramente sozinha, e mais tarde acompanhada de sete companheiros. Eis aqui os nomes deles juntamente com as atribuições que desempenhavam. Rearidus, o Alce, o líder, contra um perigoso inimigo que usava uma armadura com pontas em sua cabeça com muitos galhos, Berfrids, o bode, e Joseph, líder dos Caneiros, oferecia a mesma proteção ao bando, com seus chifres em forma de armas; Carcophas o asno era próprio para carregar fardos, tirara seu nome da natureza de sua atribuição. Reynard detinha a liderança, dava ordens empunha proibições, como leme direcionava um barco que responde bem ao virar de um lado ao outro – seu domínio rápido foi aprimorado com o passar dos anos, embora não esteja claro se sua experiência acumulou mais que sua esperteza, ou se sua perspicácia era maior que sua idade; Gerard o ganso, cuja função era manter a guarda e fazer os inimigos noturnos voarem com seu grito macabro. Sprotinus, o galo, guardião sinalizador da hora, anunciando musicalmente as horas do dia e da escuridão também, de dia, clarinando a hora da viagem, do descanso e da comida e de noite, encorajando os que estavam acordados a fim de que oferecessem orações a Deus"
Liber Quintus […] Insipiens quandoque rapit sapientis, itemque preventus sapiens insipientis opus, Vix aliquis semper sapienter, et omnia nullus quamlibet insipiens insipienter agit. Reinardus per multa sagax cessavit in uno, utile dam laxo dente reliquit onus. Deposuit gallum pro nobilitate tuenda; fastus et utilitas non simul esse ferunt; Sed minus amissae tristis de sorte rapine quam de tam stolida credulitate fuit. Plus semel eludi, qui fallere callet avetque, quam dacies simplex innocuusque dolet. Sed dampnum reparare vafer spe fisus inani, nulla palam tanti signa doloris habet; scilicet ereptus laqueis, ne rursus eosdem aut similes sapiens incidat, usque cavet; Ille igitur similis laetanti fruge carentes tendiculas alia calliditate novat (VOIGT, 1884, p.259).
[…] As vezes, um tolo toma o lugar de um homem inteligente e, da mesma forma, um homem inteligente quando enganado, faz papel de tolo. Dificilmente, alguém que age com perspicácia o tempo todo e ninguém, mesmo que seja um bobo, faz tudo estupidamente. Reynardus. Aguçado em muitos assuntos, falhava num quando abobado, ele largava sua lucrativa carga. Ele rebaixou o galo para defender seu alto nascimento orgulho e lucro são companheiros perturbadores. Mas ele estava menos sentido por sua má sorte em perder o roubo do que por ter sido tão estupidamente crédulo. Qualquer um que aprecia decepção e é mestre nisso, fica mais aborrecido de ter sido enganado, do que um simples e inofensiva alma ao ser enganada dez vezes. Mas a criatura astuta, sustentada pela esperança vã de tornar boa sua perda, não demonstrou nenhum sinal, externamente, dessa grande aflição; um homem prudente que foi libertado de uma armadilha, fica sempre atento para não cair no mesmo embuste ou em outro parecido. Então como ele estava bastante feliz, ele restabeleceu suas armadilhas fracassadas com novo estratagema.
Liber Sextus […] Talibus expletis sano gavisa tyranno curia dispersa est, ad sua quisque redit. Transibat Reinardus, ubi Ysengrimus adempta pelle parum gaudens et caput ictus erat, sed nimium muscas aegrum pietate parantes visere concussis dentibus ire rogans - quorum exauditur longe collisio, tamquam lanilegus pecten pectine crebra sonans. Ictibus auditis Reinardus clamitat alte: “Regia quis socius robora cedit ibi?” Quis, domine, es, caesor, qui sic, nisi me ante rogasses caedendi veniam, regia ligna secas? (VOIGT, 1884, p. 338)
[…] Quando tudo isso terminou, a corte dispersou-se regojizando-se com a saúde do Rei e cada um foi para sua casa. Reynardus passou pelo local onde Ysengrimus, coma cabeça ferida, lamentava a perda de sua pele e estava rangendo os dentes, como que implorando as moscas, que num excesso de caridade estavam se preparando para visitá-lo em sua doença e irem embora. O ranger de dentes podia ser ouvido de longe, ecoando repetidamente como o barulho dos pentes do tecelão batendo um no outro. Ouvindo o rosnar deles, Reynardus gritou alto: “Amigo, que está aí cantando os carvalhos do Rei? Que é você, seu lenhador, para derrubar a árvore do Rei desse jeito sem ter primeiro me pedido permissão para cortar?
Liber Septimus […] Hos tandem finire volens fortuna labores proiecit miserun mortis in ora senem. Ereptus pedicis in guttura dira Salaurae incidit; ad lucum venerat usque miser, iIic scropha, papae! glandes, quot quinque ter, ultra Miserat annoso ventre Salaura vorax. Callida vel solo rerum, quas viderat, usu vafrior abbatum pontificumque novem, (VOIGT, 1884, p. 365).
[…] Finalmente a Fortuna, desejando por fim a estes sofrimentos arremessou o velho miserável nas garras da morte. Depois de ter se arrancado da armadilha, caiu nas terríveis mandíbulas de Salaura. O miserável foi parar na arvore onde a gananciosa porca, Salaura tinha, os céus nos acudam, mandou ao seu velho estômago mais de quinze vezes, com muitas amêndoas como o reto. Ela era astuta e somente pela virtude da experiência das coisas que tinha visto, era mais esperta que nove abades ou bispos. A temida ta-ta-taraneta de Reingrimus viveu seis séculos de tal forma que o primeiro ancestral dela não deveria estar sem um vingador."