A vida nas cidades me enfastia,
Enoja-me o tropel das multidões,
O sopro do egoísmo e do interesse
Mata-me nalma a flor das ilusões.

Mata-me nalma a flor das ilusões
Tanta mentira, tão fingido rir,
E cheio e farto de tristeza e tédio
Rejeito as glórias de falaz porvir!

Rejeito as glórias de falaz porvir,
Galas e festas, o prazer, talvez,
E busco altivo as solidões profundas
Que dormem quedas do Senhor aos pés.

Que dormem quedas do Senhor aos pés,
Ao doce brilho dos clarões astraes,
Ricas de gozos que não tem o mundo,
Pródigas sempre de beleza e paz!