Numa ânsia de ter alguma cousa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar,
E a minh'alma perdida não repousa.
Nada tendo, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente á força de sonhar…
Mas a vitória fulva esvai-se logo…
E cinzas, cinzas só, em vez do fogo…
— Onde existo que não existo em mim?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Um cemitério falso sem ossadas,
Noites d'amor sem bocas esmagadas —
Tudo outro espasmo que principio ou fim...