Esgotos que não se esgotam,
Esgotando a paciência,
Ó! goteiras de ciência,
Esgotos que não se esgotam!
Ó! Follets — da consciência,
Ó! botas que não s’embotam,
Esgotos que não se esgotam,
Esgotando a paciência
Se o Zé Povinho é quem paga
(E s’engambela o Povinho):
Sou por vós! e a caminho!
Se é o Zé Povinho é quem paga
Mas se a nobreza d’arminho,
Já treme da questão maga,
Se o Zé Povinho é quem paga
(E s’engambela o Povinho)
Então, srs. cuidado,
Qu’a questão é toda espinhos:
Tratemo-la com carinhos,
Então srs. cuidado!...
Que são terrenos maninhos
Onde é preciso o arado...
Então srs. cuidado.
Qu’a questão é toda espinhos.
Uma à Deus — outra ao Diabo.
É quase a estopa no prego...
Famosa regra, não nego:
Uma à Deus — outra ao Diabo,
E depois... o futuro é cego...
Nem sempre se chega ao cabo.
Uma à Deus — outra ao Diabo,
É quase a estopa no prego.