Alma das gerações, alma lendária
Que tens tanto de Hamlet, tanto de Of';elia,
A candidez da rórida camélia
E as lágrimas da Sede hereditária.
Alma dormente, tumultuosa, vária,
Acorde de harpa misteriosa e célia,
Virgindade selvagem de bromélia,
Alma do Eleito, do Plebeu, do Pária.
És a chama do Amor, negro-vermelha,
De onde rompeu a fúlgida centelha
Que a Flor de fogo fez gerar no Dante.
Com teus espasmos e delicadezas,
Nervosas e secretas sutilezas
Enches todo este Abismo soluçante!