A Moreninha/XVIII: diferenças entre revisões

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|obra=[[A Moreninha]]
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D. Carolina respondeu-lhe primeiro com o seu costumado sorriso e depois assim:
 
— Não se dirá que um homem zombou impunemente de quatro senhoras; uma outra toma o cuidado de vingá-las. Sr. estudante, eu também sou [[wikt:adepta|adepta]] ao [[wikt:culto|culto]] desta fada e vou invocá-la em meu auxílio.
 
A menina travessa bebeu em seguida a estas palavras o seu copo d’água e depois, imitando o estilo de Augusto que se achava junto dela, disse:
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— Quereis que vos fale do passado, do presente, ou do futuro?
 
— De todas essas épocas... ao menos para ouvir por mais tempo os vaticínios[[wikt:vaticínio|vaticínio]]s e palavras de tão amável [[wikt:sibila|Sibila]].
 
— Pois então principiemos pelo passado. Oh! Que belas revelações me faz a fada! Sim, eu estou lendo no livro da vossa vida estou vendo tudo, estou dentro do vosso espírito e de vosso coração!
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— Minha senhora, de que se ri tanto?
 
Ora! E que a fada está me dizendo que ainda em cima os vossos amigos, quando souberam de tal, deram-vos uma roda de [[wikt:cacholetas|cacholetas]]!
 
— Então a sra. d. Ana lhe contou tudo isso?
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— Borboleta?!... Sim... Sim... lembro-me agora que a senhora passeava pelo jardim. Já sei de quem foram certas carreirinhas e portanto compreendo que sabeis de tudo à custa...
 
— A custa da fada, senhor, e [[wikt:escuso|escuso]] estender-me mais, porque vós estais bem certo de que eu devo saber ainda muito.
 
Sim, mas diga sempre.
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— Pelo amor de seus belos olhos, minha senhora, vamos antes ao que eu não sei, vamos ao meu futuro.
 
— Sois [[wikt:sobejamente|sobejamente]] [[wikt:sôfrego|sôfrego]]! Não vedes como isso vai contra a boa ordem da narração?
 
— Mas a desordem é hoje moda! O belo está no desconcerto; o sublime no que se não entende; o feio é só o que podemos compreender: isto é, romântico; queira ser romântica, vamos ao meu futuro.
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— Vós não sois inconstante, porque tendes até hoje cultivado com religioso empenho o amor de vossa mulher; mas vós o ides ser, porque não longe está o dia em que a esquecereis por outra.
 
— A culpa será dos olhos dessa outra; porém quem sabe?... Desejo que não; contudo, eu já vos vejo em princípio e temo que ides ao fim; sereis [[wikt:perjurar|perjuro]], tereis de escrever um romance e perdoai-me se vos desejo este mal: eu quisera que ao pé de meu irmão, que vos apresentará o termo da aposta, aparecesse a vossos olhos a mulher traída. Do vosso futuro eis quanto me disse a fada.
 
— E disse bastante para me confundir.
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— Senhor! Sois pouco modesto; que me importariam vossos passos e vossas ações?...
 
— Perdão! Perdão!... Eu sou um [[wikt:tresloucado|tresloucado]]... um [[wikt:incivil|incivil]]... um [[wikt:doido|doido]]... não sei o que faço, nem o que digo, mas continue...
 
— Basta! Vós duvidastes da fada e por isso eu termino aqui. Não! Não minha senhora! E preciso dizer-me mais alguma coisa ainda!... Por força a fada lhe deveria ter revelado! Ela, que adivinha tudo o que está dentro do meu coração, diga o que ainda se passa nele.