Contos de Grimm/Os doze irmãos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
OTAVIO1981 (discussão | contribs)
m marcando página em tradução e cleanup geral utilizando AWB
 
Linha 1:
{{em tradução}}
 
{{navegar
|obra=[[Contos de Grimm]]<BR>
Linha 10 ⟶ 12:
[[File:Grimm Os doze irmãos.jpeg|thumb|400px|right|<center>'''Contos Infantis dos Irmãos Grimm<br>Os Doze Irmãos'''</center>]]
 
[[Ficheiro:InicialE.svg|left|100px]]ra uma vez um rei e uma rainha que viviam felizes e em harmonia e que tinham doze filhos, sendo todos garotos. Então, o rei disse para a sua esposa:
 
— “Se a décima terceira criança que você está para trazer ao mundo for uma garota, os doze meninos devem morrer, para que os bens dela sejam maiores, e para que o reino possa ser dela somente.”
Linha 16 ⟶ 18:
Então, ele ordenou que doze esquifes fossem fabricados, os quais já estavam cheios de pedaços de madeiras, e em cada um havia um pequeno travesseiro para o morto, e os caixões tinham sido levados para uma sala fechada, e ele deu a chave para que a rainha guardasse, e pediu para que ela não falasse sobre isso com ninguém.
 
A mãe todavia, se sentava e lamentava o dia todo, até que o filho mais jovem, que estava sempre com ela, e a quem ela chamava de [[:w:Benjamim (Bíblia)|Benjamin]], nome esse que foi tirado da Bíblia, disse a ela:
 
— “Querida mamãe, porque você está tão triste?”
 
— “Querido filhinho,” respondeu ela, “Não posso lhe dizer.” Mas ele não a deixava sossegada até que ela foi e abriu a sala, e mostrou a ele os doze caixões que estavam terminados e cheios de pedacinhos de madeiras. Então, ela disse:
 
— “Meu querido Benjamin, teu pai mandou fazer estes caixões para ti e para os teus onze irmãos, pois, se eu trouxer uma garotinha no mundo, você será morto e sepultado com eles.”
 
E enquanto ela ia dizendo isso, ela chorava, e o filho a consolava e dizia:
 
— “Não chore, querida mãezinha, nós vamos nos salvar, e sairemos daqui.” Mas ela disse:
Linha 34 ⟶ 36:
[[Ficheiro:InicialD.svg|left|100px]]epois que ela abençoou os filhos, eles seguiram para a floresta. Todos eles, no entanto, ficavam atentos, e se sentavam no pé de carvalho mais alto da floresta e ficavam olhando em direção à torre. Quando onze dias tinham se passado, e tinha chegado a vez de Benjamin, ele viu que uma bandeira tinha sido hasteada. Não era, no entanto, uma bandeira branca, mas uma bandeira vermelha, a qual anunciava que todos eles deviam morrer.
 
Quando os seus irmãos souberam daquilo, eles ficaram muito bravos, e disseram:
 
— “Todos nós devemos sofrer por causa de uma garota? Juramos que todos nós iremos nos vingar! — quando encontrarmos uma menina, o sangue vermelho dela deve jorrar."
 
Então, eles penetraram mais fundo na floresta, e no meio dela, que era a parte mais escura, eles encontraram a pequena cabana abandonada de uma feiticeira, onde não havia ninguém. Então, eles disseram:
 
— “Vamos ficar aqui, e tu, Benjamin, que és o menor e o mais fraco, tu ficarás em casa e cuidarás dela, nós outros vamos sair para conseguir alimento."
Linha 44 ⟶ 46:
Então, eles foram para a floresta para caçar lebres, cervos selvagens, pássaros e pombos, e qualquer coisa que houvesse para comer, eles levavam um pouco para Benjamin, que tinha de arrumar a casa para eles, para que eles pudessem matar a fome. Juntos viveram eles na pequena cabana durante dez anos, e o tempo não parecia longo para eles.
 
[[Ficheiro:InicialA.svg|left|100px]] pequena garota, que a rainha, a mãe deles, tinha dado a luz, já tinha crescido, ela era boa de coração, e tinha um rosto encantador, e na testa dela havia uma estrela de ouro. Uma vez, quando houve uma grande arrumação no palácio, ela viu doze camisas de homens entre as coisas que estavam lá, e perguntou a sua mãe:
 
— “A quem pertencem estas doze camisas, porque elas são pequenas demais para serem do papai? Então, a rainha respondeu com o coração dolorido:
 
— “Querida filhinha, estas camisas são dos teus doze irmãos.” Disse a garota, então:
 
— “Onde estão meus doze irmãos, nunca ouvi falar deles?” A mãe respondeu:
 
— “Só Deus sabe onde eles estão, eles estão andando pelo mundo.” Então, ela pegou a pequena e abriu a sala para a garota, e lhe mostrou os doze caixões cheios de pedaços de madeiras e com os travesseiros para a cabeça.
 
— “Estes caixões,” disse ela, “estavam destinados para os teus irmãos, mas eles foram embora escondidos antes que tu nasceste,” então, a garotinha disse:
 
— “Querida mãezinha, não chore, eu irei procurar os meus irmãos.”
 
Então, ela pegou as doze camisas e partiu, e seguiu direto para a grande floresta. Ela caminhou o dia todo, e a noitinha ela encontrou a casinha da feiticeira. Então, ela entrou na casa, e encontrou um jovem garoto, que perguntou:
 
— “De onde você veio, e para onde você vai?” e ficou atônito como ela era linda, e usava trajes reais, e tinha uma estrela na testa.
 
E ela respondeu:
 
— “Eu sou filha da rainha, e estou procurando meus doze irmãos, e eu irei até o fim do céu azul para encontrá-los.” Ela também mostrou a ele as doze camisas que um dia havia pertencido a eles. Então, Benjamin compreendeu que ela era sua irmã, e disse:
 
— “Eu sou Benjamin, teu irmão caçula.” E ela começou a chorar de alegria, e Benjamin chorou também, e eles beijaram e se abraçaram um ao outro como muita ternura.
 
[[Ficheiro:InicialD.svg|left|100px]]epois disto ele disse:
 
— “Querida irmãzinha, há ainda mais um problema. Nós fizemos um acordo que toda garota a quem encontrássemos deveria morrer, porque nós fomos obrigados a deixar o nosso reino por causa dela!”
 
Então, ela disse:
 
— “Morrerei com prazer, se morrendo puder salvar os meus doze irmãos.”
 
— “Não,” respondeu ele, “tu não morrerás, fique sentada aqui debaixo deste barril até que os nossos doze irmãos cheguem, e então, eu conseguirei entrar num acordo com eles.”
 
Ela fez o que ele pediu, e quando a noitinha os outros irmãos chegaram da caça, o jantar deles estava pronto. E quando eles estavam todos sentados na mesa, e estavam comendo, eles perguntaram:
 
— “Quais são as novidades?”
 
Benjamin respondeu: — “Vocês não souberam de nada?”
 
— “Não,” responderam eles. Ele continuou:
 
— “Vocês foram para a floresta e eu fiquei em casa, no entanto, eu sei mais do que vocês.”
 
— “Diga-nos, então," exclamaram eles.
 
Ele respondeu: — “Me prometam primeiro que a primeira garota que nós encontrarmos não irá morrer.”
 
— “Sim,” exclamaram todos eles, “ela terá misericórdia, mas, conte-nos logo.”
 
Então, ele disse:
 
— “A nossa irmã está aqui,” e ele levantou o barril, e a filha do rei apareceu com seus trajes reais e com uma estrela na testa, e ela era linda, delicada e meiga. Então, todos eles ficaram felizes, e a abraçaram, e a beijaram e a amaram de todo o coração.
Linha 104 ⟶ 106:
Um dia os dois que ficavam em casa, haviam preparado uma bela surpresa, eles se sentaram e comeram e beberam e estavam todos felizes. Havia, porém, um pequeno jardim que pertencia à casa da feiticeira onde ficavam doze pés de lírios, os quais também são chamados de “estudantes”<ref>Lírio estudante: em alemão, Studenten-Nelken, ou Studenten-Lilien, são um tipo de lírio com flores pequenas e cor de rosa, são assim chamados porque são muito usados por estudantes de várias universidades, no buraco do botão de seus casacos. são também chamados de Federnelken (pétala azul ou encharcado de vinho). Os próprios Irmãos Grimm, nas notas da obra "De drei Vügelkens", chamam essa flor de narciso.</ref>. Ela queria fazer uma supresa para os seus irmãos, e colheu as doze flores, e pensou em presentear cada um deles com uma flor durante o jantar.
 
Mas no exato momento que ela colheu as flores os doze irmãos se transformaram em doze corvos, e voaram pela floresta, e a casa e o jardim desapareceram também. E agora, a pobre garota estava sozinha na floresta virgem, e quando ela olhava ao redor, uma velhinha estava sentada perto dali e disse:
 
— “Minha criança, o que você fez? Porque você não deixou que as doze flores brancas crescessem? Eles eram teus irmãos, que agora para sempre foram transformados em corvos.” A garota disse, chorando:
 
— “Não existe uma maneira de libertá-los?”
Linha 112 ⟶ 114:
— “Não,” disse a mulher, “só existe uma maneira no mundo todo, e isso é tão difícil que você jamais conseguirá libertá-los desse jeito, porque você precisa ficar muda durante sete anos, e não pode falar nem rir, e se você falar uma palavra, e somente uma hora dos sete anos estiver faltando, tudo estará perdido, e os teus irmãos serão mortos por causa dessa palavra.”
 
Então, a garota falou de coração:
 
— “Eu tenho certeza de que libertarei os meus irmãos,” e foi e procurou uma árvore bem alta e se sentou no topo dela e ficava tecendo, e não falava nem ria. Ora, aconteceu que um rei estava caçando na floresta, ele tinha um grande cão galgo que correu até a árvore onde a garota estava sentada, e pulava em torno da árvore, ganindo e latindo para ela.
Linha 118 ⟶ 120:
[[Ficheiro:InicialE.svg|left|100px]]ntão, o rei se aproximou e viu a bela princesa que tinha uma estrela de ouro na testa, e ficou tão encantado com sua beleza, que ele a convidou para que fosse sua esposa. Ela não respondia, mas fazia pequenos acenos com a cabeça. Então, ele mesmo subiu na árvore, trouxe-a para baixo, colocou-a em seu cavalo e a levou para o seu palácio. Então, o casamento foi festejado com grande festa e muita alegria, mas a noiva não falava nem sorria.
 
Quando eles tinham vivido felizes juntos durante alguns anos, a mãe do rei, que era uma criatura perversa, começou a difamar a jovem rainha, e disse ao rei:
 
— “Ela é uma mendiga vulgar que trouxeste da caça contigo. Quem sabe que coisas horrorosas ela não faz às escondidas!”
Linha 127 ⟶ 129:
 
[[Ficheiro:InicialE.svg|left|100px]]les apagaram totalmente a fogueira, extinguiram as chamas, libertam a irmã que amavam tanto, e beijaram e a abraçaram. E agora, que ela podia abrir a boca para falar, ela contou ao rei porque ela tinha ficado muda, e nunca podia ter dado um sorriso. O rei dava pulos de alegria ao saber que ela era inocente, e todos eles viveram em grande harmonia até o fim da vida deles. A madrasta má foi levada para o tribunal, e colocada dentro de um tonel com óleo fervente e cobras venenosas, e teve uma morte cruel.
 
 
{{multicol-end}}