A vez primeira que eu fitei Thereza,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A walsa nos levou nos gyros seus...
E amámos juntos... E depois na sala
— Adeus! — eu disse-lhe a tremer co′a falla.
E ella, córando, murmurou-me: — Adeus!
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova sahia um cavalleiro
Inda beijando uma mulher sem véos...
Era eu... Era a a pallida Thereza!
— Adeus! — lhe disse conservando-a presa...
E ella entre beijos murmurou-me: Adeus!
Passaram tempos... sec′los de delirio
Prazeres divinaes... gozos do Empyrio...
Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse: — Voltarei!... descansa!...
Ella, chorando mais que uma criança,
Ella em soluços murmurou-me: — Adeus!
Quando voltei... era o palacio em festa!...
E a voz d′Ella e de um homem lá na orchestra
Preenchiam de amor o azul dos céos.
Entrei!... Ella me olhou, branca... surpresa!
Foi a ultima vez que eu vi Thereza!...
E ella arquejando murmurou-me: — Adeus!
S. Paulo, 28 de Agosto de 1868