Cancei-me de tentar o teu segrêdo:
No teu olhar sem côr,—frio escalpello,—
O meu olhar quebrei, a debate-lo,
Como a onda na crista d'um rochêdo.
Segrêdo d'essa alma e meu degrêdo
E minha obcessão! Para bebe-lo
Fui teu labio oscular, n'um pesadêlo,
Por noites de pavor, cheio de medo.
E o meu osculo ardente, allucinado,
Esfriou sobre o marmore correcto
D'esse entreaberto labio gelado...
D'esse labio de marmore, discreto,
Severo como um tumulo fechado,
Serêno como um pélago quieto.