Na morte de F. G.
Subia esbelta, assim como a palmeira:
Parou na glória de uma vida intensa,
Como quem pára de repente, e pensa,
E volta atrás, e busca o que esquecera...
Era o céu que deixara à cabeceira,
Onde dormiu com ela a fé e a crença:
Bela mulher, que nela abria, a doença
Fê-la sustar na esplêndida carreira.
Foi um sorriso o último transporte,
Fim do rumor dos últimos delírios:
Só tremeu para dar mais calma ao forte;
E à luz velada dos trementes círios
Luziu-lhe à fronte a palidez da morte,
Como se fosse um círculo de lírios...