Dessa ventura que nós dois tecemos,
De tantas afeições, tantos extremos,
Já nada existe, nem saudade vive!
Depois daquele sonho azul-celeste,
Muitos amores sei que já tiveste,
Muitos amores sabes que eu já tive!

Tudo acabado. Mas, ó flor, no entanto,
Por que nós dois estremecemos tanto,
Quando eu te vejo e quando tu me vês?
Por que, quando me vês, quando eu te vejo,
Sacode-nos um cálido desejo
De ainda nos unirmos outra vez?

Não sei... Mas sei que me amas como eu te amo!
Que esta paixão, como uma flor num ramo,
Em nossos corações viceja e cresce:
É que este amor foi um desses amores,
Tão bons, tão loucos, tão abrasadores,
Que a gente, em vida, nunca mais esquece!