Este romance não é como o Jocelyn de Lamartine uma obra de sentimento; mas um livro de razão. Não foi escrito para comover; só aspira convencer.
Talvez seja ele em nosso país um precursor e lhe esteja reservada a honra de renovar o repto corajoso que outrora lançou Feijó contra a mais ímpia e absurda das superstições.
Essa superstição há de cair como caiu em todas as religiões que ousaram aleijar a imagem de Deus na terra.
Há seguramente cinco anos que este livro foi esboçado e em parte escrito; faltava-lhe um título, que apareceu com a vez de publicá-lo.
Ex-homem é um neologismo, mas de boa e pura fonte portuguesa. Literalmente exprime o que já foi homem.
As páginas que seguem dirão se a palavra era necessária para designar essa outra espécie e a mais cruel do andrógino.
Synerius