LXX
O Cachimbo
Trigueiro, negro, enfarruscado,
Sou o cachimbo d’um autor,
Incorrigível fumador,
Que me tem já quase queimado.
Quando o persegue ingente dôr,
Eu, a fumar, sou comparado
Ao fogareiro improvizado
Para o jantar d’um lenhador.
Vae envolver-lhe a torva mente
O fumo azul e transparente
Da minha boca em erupção...
A sua dor, prestes, se acalma;
Leva-lhe o fumo a paz á alma,
Vae alegrar-lhe o coração!