NO DIA 22 DE ABRIL DE 1964, a Feira Mundial de Nova Iorque foi aberta ao público em geral. Durante os dois anos seguintes, essa maravilhosa terra moderna daria as boas-vindas a mais de 51 milhões de visitantes. Cada seção da elite estadunidense esteve representada entre os 140 pavilhões da Feira Mundial: o governo federal, as administrações estatais locais, os corpos públicos, as grandes corporações, as instituições financeiras, o lobby industrial e os grupos religiosos. Depois de mais de 20 anos de expansão econômica ininterrupta, houve uma abundância de organizações dispostas a gastar grandes somas de dinheiro no espaço de exposição da Feira Mundial. Aqui estava uma maravilhosa oportunidade de combinar auto-promoção com dever patriótico. A Feira Mundial de Nova Iorque comprovou que os Estados Unidos eram os líderes mundiais em tudo: bens de consumo, política democrática, showbusiness, arquitetura modernista, belas artes, tolerância religiosa, vida doméstica e, acima de tudo, a nova tecnologia. “Um milênio de progresso” havia culminado nas maravilhas da civilização estadunidense.[1]
Obviamente, essa fusão de camelódromo e patriotismo era mais proeminente entre os expositores corporativos da Feira Mundial. Localizados em endereços como o Complexo Industrial ou a Avenida dos Transportes, os pavilhões dos grandes negócios e seus grupos lobistas anunciaram em alto e bom tom as virtudes de seus patrocinadores. Todo tipo de truque foi usado para atrair os clientes. A Pepsi contratou a Disney para construir uma montanha-russa temática onde figuraram modelos de crianças, animais e pássaros que cantavam e dançavam. A Companhia US Rubber conseguiu combinar o entretenimento dos parques de diversão com a estética da Arte Pop ao construir uma roda gigante em forma de “um gigantesco pneu preto com uma listra branca.”[2] Mesmo muito populares, esses exibidores nunca se tornaram as estrelas do espetáculo. O que realmente impressionou o Richard de sete anos, assim como milhões de outros visitantes, foram as sublimes exposições de novas tecnologias. Escritores e cineastas fantasiaram por muito tempo viagens a outros mundos. Agora, no Parque Espacial da Nasa, na Feira Mundial de 1964, o público poderia admirar os enormes foguetes que enviaram os primeiros estadunidenses à órbita terrestre.[3] Diante de seus próprios olhos, a ficção científica se viu transformada em fato científico.
Desde que os russos lançaram o satélite Sputnik, em 1957, as duas superpotências estavam presas à corrida espacial: uma competição para comprovar a supremacia tecnológica movida a feitos espetaculares fora da atmosfera terrestre. Até o momento em que a Feira Mundial foi inaugurada,os meios de comunicação dos Estados Unidos obcecavam-se com cada detalhe desse contexto. Os astronautas eram idolatrados como heróis tipicamente estadunidenses por tomarem conta do inimigo da Guerra Fria nos céus.[4] Mesmo que os russos houvessem humilhado novamente os Estados Unidos em 1961, quando Yuri Gagarin tornou-se o primeiro humano a orbitar a Terra, sua liderança tecnológica erodia lentamente. No mesmo ano do vôo de Gagarin, o presidente dos Estados Unidos John Kennedy sentiu-se bastante confiante para anunciar um novo objetivo para o programa espacial da sua nação: aterrissar um astronauta na Lua dentro de dez anos. Enquanto as multidões olhavam para os gigantescos foguetes no Parque Espacial, essa ambição já estava a caminho de ser realizada.[5] Os visitantes da Sala de Ciências da cidade de Nova Iorque puderam se maravilhar com um modelo de ônibus espacial da Nasa que conduzia pessoas e suprimentos a um laboratório orbital. Dentro do pavilhão dos Estados Unidos foi exibido um filme que mostrava astronautas estadunidenses na primeira aterrissagem lunar.[6] Apesar dos atrasos prematuros, a ingenuidade ianque somada à falta de um espírito inventivo liderava a corrida espacial. Os Estados Unidos ainda eram o número um.
Como no Parque Espacial, os pavilhões corporativos também se orgulhavam da proeza tecnológica dos Estados Unidos. Na exposição da DuPont, a atração principal foi o musical O maravilhoso mundo da química, com canções como A feliz família de plástico, que celebrava as contribuições dos cientistas estadunidenses à sociedade de consumo.[7] Pavilhão após pavilhão, os grandes negócios predisseram que as realizações do presente logo seriam superadas pelos triunfos do amanhã. Visitantes da exposição da General Motors puderam passear no parque temático por um futuro de viadutos multipistas, gigantescos arranha-céus, assentamentos embaixo d'água, cidades desertas e, como um grand finale, por um resort turístico lunar. Em volta do pavilhão da Ford, os automóveis eram glorificados como protótipos de foguetes. A corporação ostentava que os passageiros do seu passeio espacial deveriam “plainar sobre uma super-rota aérea sobre a Cidade do Amanhã com seus elevados pináculos e edifícios com domos de bolhas de vidro reluzente.”[8] Tanto General Motors quanto Ford compartilhavam a mesma visão: visitar outros planetas no futuro seria tão barato e fácil como viajar a outras cidades no presente. Dentro de algumas décadas, cada estadunidense seria um astronauta.
Na abertura da Feira Mundial, a General Electric foi manchete nos meios de comunicação por proporcionar “a primeira demonstração de fusão termonuclear controlada a ser testemunhada pelo público comum”. No seu pavilhão Progressolândia, uma intensa e barulhenta explosão de luz e sons era criada a cada seis segundos ao espremer plasma com um ímã gigantesco.[9] A General Electric declarou que esse experimento “todo-inspirador” foi o primeiro passo em direção ao desenvolvimento de uma fonte de fornecimento ilimitado de energia livre: a fusão nuclear. Durante a década anterior, essa construtora de fábricas de energia graciosamente faturou o entusiasmo do governo dos Estados Unidos ao gerar eletricidade por fissão nuclear. Na Sala de Ciências, a agência estatal dirigente desse projeto organizou uma exposição infantil que explicava como a nova forma da energia melhorava as vidas de cada estadunidense: “Vila Átomo, EUA”.[10] No seu pavilhão, a General Electric previu que as maravilhas da fusão nuclear logo ultrapassariam até aquelas da fissão nuclear. Esse método futurista de gerar eletricidade prometeu ser tão eficiente que logo não haveria mais nenhuma razão para medir seu uso pelos consumidores. A era da energia livre era iminente.
Qualquer que fosse a tecnologia, a mensagem dessas exposições corporativas era a mesma. Os grandes negócios construíam um futuro estadunidense muito melhor e mais brilhante. Em nenhum outro lugar essa atitude auto-congratulatória esteve mais em evidência do que nas exposições que apresentavam as últimas inovações em tecnologias da informação. Os pavilhões corporativos enfatizavam o controle de seus patrocinadores sobre o rápido desenvolvimento nos meios de comunicação, telecomunicação e computação. A RCA participava da Feira Mundial para celebrar o bem sucedido lançamento do televisor em cores nos Estados Unidos. Nessa exposição, o público pôde perambular pelos estúdios em plena produção dos programas que seriam transmitidos ao vivo para 250 telas espalhadas por todos os cantos. Dentro do pavilhão da Bell houve demonstrações de videofones, sintetizadores de voz, lasers, jogos eletrônicos, entre outros artefatos dos seus laboratórios de pesquisa.[11] Para muitas corporações, o método mais eficaz de comprovar sua modernidade tecnológica foi exibir um computador. O pavilhão da Clairol continha uma máquina capaz de selecionar “o tom de cabelo que mais deleitava” as mulheres visitantes. A Parker Pen exibiu um computador que cruzava crianças estadunidenses com amigos de correspondência de países estrangeiros.[12] Em cada uma dessas demonstrações, a presença de um computador proclamava em bom tom que as corporações estadunidenses eram as fabricantes do futuro.
Ironicamente, embora desempenhassem um papel proeminente na cobertura da Feira Mundial nos meios de comunicação, quase todos esses caros computadores mainframes eram artifícios de alta tecnologia. Passariam-se quase duas décadas até que os primeiros computadores pessoais aparecessem nos escritórios e lares. Demoraria ainda mais tempo até que os circuitos integrados fossem incorporados aos itens de consumo cotidiano. Em oposição, a IBM foi capaz de dedicar seu pavilhão exclusivamente às maravilhas da computação como uma tecnologia distinta. Durante mais de uma década, essa corporação foi a principal fabricante de computadores dos Estados Unidos. De volta a meados de 1950, ela desenvolveu o IBM 650, que se tornou o computador mais vendido da década.[13] Assim que esse modelo ficou obsoleto, seu sucessor — IBM 1401 — obteve ainda mais sucesso. Em 1961, somente esse produto contabilizava cerca de um quarto de todos os computadores em operação nos Estados Unidos.[14] Apesar de seus melhores esforços ao longo dos anos, nenhuma das corporações concorrentes chegou a ameaçar seriamente o seu controle sobre a indústria. Os vastos recursos da IBM asseguravam que qualquer vantagem competitiva adquirida pelos seus concorrentes seria somente temporária. No momento em que a Feira Mundial de 1964 começou, a corporação desfrutou um semi-monopólio sobre o mercado de computadores mainframe e de periféricos, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa Ocidental.[15] Na cabeça da maior parte dos visitantes da Feira Mundial, a IBM era a computação.
Um pouco antes da Feira Mundial ser aberta ao público, a corporação lançou uma série de produtos que aumentariam ainda mais seu controle sobre a indústria de computadores: o System/360.[16] Desde o início dos anos 1950,a IBM produzia diferentes computadores mainframes e periféricos para cada segmento do mercado. Existiam as máquinas de alto e baixo custo. Existiam modelos comerciais, acadêmicos e militares. Assim como a crescente pesquisa e os custos de desenvolvimento, essa estratégia de negócio significou que os produtos da IBM muitas vezes não funcionavam uns com os outros. Pior ainda, os clientes reclamavam que as atualizações de mainframes ou a instalação de periféricos poderiam ser um pesadelo técnico.[17] Amedrontada com a possibilidade de que esse problema ajudasse seus concorrentes, a IBM investiu pesadamente, já no início dos anos 1960, no desenvolvimento da primeira linha completa de computadores compatíveis dessa indústria. As ambições monopolizadoras do projeto do System/360 foram simbolizadas pela inspiração do seu nome: todos os pontos do compasso. A nova linha de produtos compatíveis da IBM permitiria que os clientes fossem capazes de “escolher-e-combinar” os computadores mainframes e periféricos que melhor se adequassem às suas necessidades particulares.[18] Durante a década seguinte, o System/360 se tornou o padrão para a computação em todo o mundo e fundou a hegemonia da corporação sobre a indústria por mais 20 anos.[19] Contudo, em 1964 o êxito desse ambicioso projeto ainda era uma dúvida. Como já haviam apostado todas as cartas no desenvolvimento do System/360, os chefes da IBM não desperdiçariam a oportunidade da autopromoção oferecida pela Feira Mundial. Eles decidiram celebrar as realizações tecnológicas e econômicas do colossal computador construindo um pavilhão que ofuscaria todos os outros da exposição.
Eero Saarinen — o renomado arquiteto finlandês — criou o impressionante visual do edifício da IBM: um teatro branco-ovalado, logotipo corporativo em relevo, sustentado por 45 árvores de metal em tom ferrugem. Debaixo dessas formas espalhafatosas, Charles e Ray Eames — a dupla epítome do desenho industrial modernista estadunidense — foram comissionados para produzir as mostras que celebrariam a liderança da corporação na indústria da computação. Dentro do espaço do andar térreo, os computadores mainframes IBM demonstravam sua capacidade de reconhecer a caligrafia humana e traduzir o russo para o inglês. Os visitantes poderiam assistir a “figuras mecânicas que representavam cenas nos palcos que rodeavam o edifício e temas como velocidade, lógica de computação e sistemas de tratamento de informação”. Voltados para o próprio teatro, Charles e Ray Eames dirigiram a atração principal no pavilhão da IBM: “a Máquina de Informações”. Depois de ocuparem seus lugares nos 500 assentos da “Parede de Pessoas”, os visitantes eram erguidos para dentro da estrutura ovalada. Uma vez no interior, um narrador iniciava uma performance em vídeo e slides de 12 minutos, em nove telas e 14 projetores, com comentários estereofônicos fornecidos na variação de cinco línguas. O tema dessa enlouquecida demonstração multimídia era como os computadores solucionariam problemas do mesmo modo que a mente humana.[20] O público aprendia que os mainframes System/360, expostos no pavilhão da IBM, estavam em via de adquirir uma consciência: a inteligência artificial. “Não fique surpreso se a sua própria mente expandir um bocado ao ver como os computadores usam suas próprias maneiras comuns de raciocinar para solucionar alguns dos enigmas mais mistificados do universo”[21] A demonstração multimídia da IBM comunicou uma importante mensagem ao público estadunidense. A corporação era muito mais do que somente uma operação comercial. Vender computadores aos grandes governos e aos grandes negócios foi simplesmente um modo de providenciar dinheiro para realizar a meta inicial da IBM: a criação da inteligência artificial. Por mais de uma década, Herbert Simon, Marvin Minsky e outros cientistas proeminentes nos Estados Unidos argumentaram que as melhorias em equipamentos e programas de computador cedo ou tarde fariam as máquinas indistinguíveis dos seres humanos.[22] Uma vez que a tecnologia estivesse suficientemente sofisticada, a emergência das máquinas pensantes seria inevitável. Em 1961,a IBM anunciou que seus laboratóriosrecém abertos priorizariam o desenvolvimento da inteligência artificial.[23] Uma vez que os mainframes System/360 estivessem disponíveis, o computador seria poderoso o bastante para construir os protótipos das máquinas pensantes.
Simon, Minsky e seus colegas peritos em inteligência artificial concordavam que o aparecimento dos primeiros computadores totalmente conscientes era iminente. Por mais de duas décadas, a visão otimista das máquinas conscientes que serviriam à humanidade foi ubíqua dentro da ficção científica popular.[24] Durante os anos 1950, a interação humana com um andróide amistoso se tornara uma admirada linha narrativa dentro da cultura de massa estadunidense. No popular filme de ficção científica de 1956, O planeta proibido, o mais popular — e memorável — personagem era uma máquina sensível, leal e obediente: Robby o Robô.[25] Na Feira Mundial de 1964, a IBM orgulhosamente anunciou que essa fantasia estava a ponto de ser realizada. O mainframe System/360 podia ser modelado como uma caixa, mas — se você olhasse com bastante atenção — poderia ver que esse computador era o protótipo de uma inteligência artificial humanóide. Em um futuro próximo, os consumidores estadunidenses seriam capazes de comprar o seu próprio robô Robby. “Duplicar a solução de problemas e a capacidade de lidar com informação do cérebro [humano] não está distante; seria surpreendente se não fosse consumado dentro da próxima década.”[26]
A impressionante combinação entre a arquitetura de vanguarda e a performance multimídia no pavilhão da IBM foi um grande êxito tanto para a imprensa quanto para o público. Muitos acreditavam que a corporação tinha preparado a melhor exposição da Feira Mundial de 1964. Mais uma vez, a promoção do produto foi associada com sucesso a “um conceito de desenho arquitetônico integrado.”[27] O que mais impressionou os visitantes foi a extravagância audiovisual de Charles e Ray Eames para a inteligência artificial. A IBM gastou bem o seu dinheiro. Ao lado dos foguetes espaciais e dos reatores nucleares, o computador confirmou seu lugar na imaginação do público como um dos três ícones da tecnologia dos Estados Unidos moderno. A IBM foi a construtora de cérebros eletrônicos: a prova no presente das maravilhas do futuro.
No início dos anos 1960, essa confusão entre ciência factual e ficção científica dominou a percepção do público sobre a inovação tecnológica. Antes que chegasse à Feira Mundial de Nova Iorque, a maior parte dos visitantes já sabia a moral do show: as máquinas em exposição eram protótipos de coisas melhores por vir. As naves espaciais da Nasa evoluiriam para luxuosas linhas interplanetárias de passageiros.[28] Os reatores de fissão da General Electric se tornariam fábricas de fusão que forneceriam quantidades quase ilimitadas da energia. Essas fantasias do futuro explicavam, essencialmente, como as novas tecnologias eventualmente beneficiariam a todas as pessoas. A promessa da viagem espacial para todo o mundo justificava gastar enormes quantias de dinheiro no envio de alguns astronautas à órbita terrestre. A previsão da eletricidade “barata demais para ser medida” mostraria que os investimentos massivos na energia nuclear valiam a pena. O presente seria o precursor do futuro — e o futuro cumpriria com a promessa do presente.
Assim como os foguetes espaciais e os reatores nucleares, os computadores também existiam em duas formas ao mesmo tempo. De um lado, os modelos presentes expostos no pavilhão da IBM eram protótipos das máquinas sensíveis do futuro. Os visitantes poderiam ver um computador que já era capaz de traduzir o russo para o inglês. De outro lado, o sonho da inteligência artificial mostrou o verdadeiro potencial dos computadores mainframes expostos no pavilhão da IBM. O público da performance multimídia de Charles e Ray Eames entendeu como as máquinas estavam em processo de se tornarem tão inteligentes quanto os seres humanos. O mainframe System/360 era a versão 1.0 do robô Robby. A inteligência artificial era tão iminente como inerente à nova tecnologia da computação. Na Feira Mundial de Nova Iorque, o entusiasmo dos expositores ao mesclar ficção científica com fato científico refletiu sua visão otimista sobre os Estados Unidos contemporâneo. Tanto no Parque Espacial quanto nos pavilhões corporativos, o alto governo e os grandes negócios identificaram o presente com o futuro para enfatizar a supremacia tecnológica da sua pátria-mãe. Os avanços científicos faziam com que os sonhos de ficção científica se realizassem e, simultaneamente, essas previsões inspiravam a invenção de novas máquinas incríveis. O que acontecia e o que poderia acontecer era indistinguível um do outro. No pavilhão da IBM, a nova tecnologia da computação foi exposta como o cumprimento da fantasia de ficção científica: o futuro imaginário da inteligência artificial.
Na abertura da Feira Mundial de Nova Iorque, os estadunidenses tinham boas razões para se sentirem otimistas. A realização da exposição coincidiu com um momento histórico muito especial: o auge da hegemonia dos Estados Unidos sobre o planeta. Durante os cinquenta anos anteriores, a elite estadunidense prevalecera sobre seus rivais imperialistas no combate, na produção e na sagacidade. Antes de 1964, os Estados Unidos tornaram-se uma superpotência econômica e militar sem comparação.[29] A preeminência estadunidense era demonstrada, sobretudo, a partir de sua superioridade tecnológica. Não era surpreendente que as exposições mais populares na Feira Mundial de Nova Iorque fossem os últimos triunfos científicos dos Estados Unidos: foguetes espaciais, modelos de televisor em cores, videofones, reatores nucleares e, acima de tudo, os computadores mainframes. Essa identificação das novas tecnologias com o futuro imaginário foi o fio condutor de exposições internacionais durante mais de um século. Em 1851, regada com a prosperidade e o poder que fluía da posse da “oficina do mundo”, a elite britânica organizou a celebração inaugural das maravilhas do progresso econômico: a Grande Exposição dos Trabalhos de Indústria de Todas as Nações. O Palácio de Cristal — um edifício futurista de ferro e vidro — fora erguido em um parque central de Londres. Em seu interior, os visitantes eram conduzidos a uma fascinante exposição de produtos inéditos das fábricas e importações exóticas das colônias. Pela primeira vez, os ícones da modernidade industrial foram as atrações principais em um grande festival internacional.
Ironicamente, em sua proposta original, os organizadores identificaram como objetivo primário da Grande Exposição a promoção do falso estilo medieval. No projeto do Palácio de Cristal, a melhor posição no centro da entrada principal foi alocada à exposição do Renascimento Gótico.[30] Ao ver tantos exemplos desse sublime projeto na Grande Exposição, os consumidores se tornariam mais perspicazes em suas compras e os negócios se inspirariam a criar melhores produtos. Ao ganharem uma maquiagem retrógrada, as mercadorias industriais se tornavam socialmente aceitáveis. O novo só era belo ao imitar o antigo.[31] Na Inglaterra vitoriana, o renascimento gótico era muito mais do que somente um movimento de arte. A elite britânica teve imenso prazer ao disfarçar sua república comercial de alta tecnologia em uma romântica monarquia medieval. Mesmo na mais moderna nação do mundo, a última inovação industrial era mascarada como costume feudal arcaico: “a tradição inventada”.[32] “A essência [da Inglaterra] é forte como a dureza da simplicidade moderna; seu exterior é augusto como a grandiosidade gótica de uma era mais imponente.”[33]
Apesar dos melhores esforços dos organizadores, sua admiração pelo falso desenho medieval não foi compartilhada pela maioria das pessoas aglomeradas na Grande Exposição. Ao invés disso, foi a Sala de Maquinário que se tornou a seção mais popular do Palácio de Cristal. Para visitantes da classe trabalhadora, em particular, o mobiliário altamente decorado e os relicários do Renascimento Gótico nunca teriam o impacto emocional das novas tecnologias que converteram a Grã-Bretanha em uma superpotência econômica e militar: teares de algodão, telegrafia, ceifeiras, impressoras rotativas e, o melhor de tudo, máquinas a vapor.[34] Na Inglaterra vitoriana, essas máquinas eram símbolos potentes da modernidade. O capitalismo industrial ultrapassara as realizações de todas as civilizações anteriores. Pela primeira vez na história humana, as pessoas poderiam viajar em um trem ferroviário mais rápido do que um cavalo e se comunicar a longas distâncias com a telegrafia. Acima de tudo, suas vidas diárias foram reformadas com os novos produtos do sistema fabril.[35] Por milênios, a elite aristocrática deixou os povos da Europa na pobreza e ignorância. A Grande Exposição de 1851 foi a celebração pública do papel principal da Inglaterra na destruição dessa ordem social opressiva. Durante os dois séculos seguintes à Revolução de 1642, o livre comércio varreu a economia feudal nessa parte da Europa. A privatização da terra e a mecanização da produção artesanal fez o inglês explorar um novo — e mais avançado — sistema econômico: o capitalismo liberal. Empreendedores comprovavam que os mercados desregulados poderiam coordenar indiretamente o trabalho humano de forma muito mais eficiente que os métodos diretos do feudalismo. Aventureiros descobriam que a venda de mercadorias no mercado mundial era muito mais lucrativa do que o aluguel extorsivo cobrado de camponeses em alguma localidade.[36]
Com a intensificação da competição, os capitalistas ingleses iniciaram a reorganização do próprio processo de fabricação. Os investimentos em maquinário aumentaram a produtividade de seus empregados. O desenvolvimento de novos produtos criou mais consumidores para suas empresas.[37] Dentro do Palácio de Cristal, os frutos desse novo sistema econômico estavam expostos. O livre comércio criou as condições para a manufatura de suas maravilhosas exposições. A industrialização forneceu tecnologias avançadas para a construção de um império global. Ao mesmo tempo, essas exposições dentro do Palácio de Cristal sistematicamente ignoravam o trabalho das pessoas que as haviam produzido. Os vestidos de seda não denunciavam nenhum traço dos horrores dos locais de trabalho semi-escravos onde eram fabricados. As vidrarias da Irlanda não continham nenhuma lembrança da fome na Grã-Bretanha, que recentemente dizimara a classe camponesa do país.[38] Assim como no mercado, as maravilhas dos produtos eram mais importantes do que as condições daqueles que os produziam na Grande Exposição. Expor publicamente era — paradoxalmente — o método mais eficaz de encobrimento social.[39]
A modernidade inglesa foi demonstrada com a ênfase da Grande Exposição nos produtos e não nos produtores. Para a primeira nação industrial, os bens materiais não eram somente símbolos de status social. As pessoas agora deveriam interagir umas com as outras por meio das coisas: mercadorias, dinheiro e capital. A distribuição e a divisão do trabalho por meio da economia eram reguladas com preços e salários estabelecidos na competição de mercado. Entretanto, o legado da aristocracia não terminou com as regras de classe na Inglaterra. Com a compra e a venda do trabalho na economia capitalista, a igualdade dentro do mercado resultou na desigualdade dentro do local de trabalho.[40] Como as mercadorias eram trocadas por outras de valor equivalente, essa nova forma de domínio de classe era muito diferente de sua predecessora. A exploração indireta havia substituído a dominação direta. Sob o capitalismo liberal, os movimentos impessoais dos mercados agora determinavam o destino dos indivíduos. Enquanto a economia se expandia, a qualidade de vida dos funcionários aumentava de acordo com a intensificação da competição entre empregadores por seus trabalhos. Contudo, na virada do ciclo de negócios, a situação foi invertida. O desemprego crescente empobreceu aqueles que perderam seus empregos e enfraqueceu a posição de barganha daqueles que permaneceram no trabalho. Para o proletariado da Inglaterra vitoriana, o mercado era — ao mesmo tempo — o abastecedor da abundância e o criador da miséria. Enquanto os bens comerciais e os serviços dirigiam a distribuição e a divisão do trabalho dentro da economia, mercadorias fetichísticas determinavam o destino dos seus criadores humanos.[41]
Em meados do século XIX, tanto os liberais burgueses quanto os socialistas da classe trabalhadora puderam encontrar a confirmação de suas crenças políticas nos motores a vapor da Grande Exposição. Desde que o momento da produção não estivesse à vista, a doutrina específica materializada nessas máquinas estava aberta à interpretação. Apesar de suas diferenças profundas a respeito das políticas de industrialização, tanto a Direita quanto a Esquerda concordavam em uma coisa: a nova tecnologia representava o futuro. A rápida transformação da sociedade por meio dos esforços combinados entre pesquisadores científicos e trabalhadores fabris tomou uma forma fetichística. Em vez de projetos políticos rivais para melhorar as vidas dos seres humanos, a etapa seguinte da modernidade era cada vez mais simbolizada por previsões de novas máquinas fantásticas. Desta vez, como a tecnologia influenciava a política, as lutas de classe face ao poder econômico eram expressas por discussões ideológicas sobre a significação social da inovação tecnológica. Com a criatividade humana ocultada atrás da mercadoria, o processo da modernidade adquiriu um objeto altamente visível como sujeito: “o sistema maquinal automático, um poder móvel que move a si próprio”.[42]
O triunfo da Grande Exposição de 1851 foi o começo do movimento de exposições globais. Dentro de dois anos, Nova Iorque hospedaria a sua primeira Feira Mundial e, alguns anos depois, Paris também apresentaria a sua mostra inaugural. À tendência foi estabelecida. Organizar uma exposição se tornou um dos melhores modos de comprovar a modernidade de uma nação. Assim como a Grande Exposição, esses eventos subseqüentes foram muito mais do que meras feiras de negócios. A Exposição Chicago Columbian, em 1893, teve mais de 21 milhões de visitantes, enquanto a Exposição Paris Universal, em 1900, atraiu quase 48 milhões de espectadores.[43] Esses movimentos de pessoas sem precedentes demonstravam o importante papel cultural desses eventos. Antes do advento da viagem aérea barata, ir a uma exposição era uma das poucas possibilidades de experimentar culturas de outras nações. Exposições mundiais pareciam prefigurar a paz mundial.
Embora suas localizações e circunstâncias históricas fossem diferentes, cada um desses eventos seguiu o padrão estabelecido pela Grande Exposição de 1851: a celebração pública do progresso econômico. Exposição após exposição, as estrelas do show eram, sobretudo, as tecnologias de vanguarda da época. A Exposição Paris Universal de 1889 foi imortalizada pela realização da soberba engenharia da Torre Eiffel.[44] Contudo, a partir da abertura dessa exposição, as potências européias começariam a ficar para trás face ao rápido passo da inovação que se realizava do outro lado do Atlântico. Poucos anos depois da Torre Eiffel ser construída, o Palácio da Eletricidade — a exibição mais popular da Exposição Mundial de Chicago, em 1893 — fornecia a prova espetacular da superioridade tecnológica da indústria dos Estados Unidos sobre seus rivais europeus.[45] Durante a primeira metade do século XX, a disparidade entre os dois continentes ficou cada vez mais óbvia. Enquanto as forças européias destruíam umas às outras em guerras desastrosas, os Estados Unidos seguiam rumo à dominação global. No final dos anos 1930, esses destinos divergentes foram dramaticamente demonstrados nas exposições que aconteceram em Paris e Nova lorque. Os visitantes da Exposição Internacional Parisiense de 1937 eram confrontados com uma imagem sombria do mundo. Diretamente opostas uma à outra no meio do calçadão principal, Alemanha nazista e Rússia stalinista erguiam maciços edifícios para desafiar suas visões rivais do futuro totalitário. As divisões políticas e ideológicas que dirigiam a Europa em direção à catástrofe eram perfeitamente simbolizadas em tijolo e concreto.[46]
Em completa oposição, os visitantes da Feira Mundial de Nova Iorque de 1939 foram recepcionados por um banquete de simbolismo otimista. No centro da exposição estavam as contribuições atordoantes de Nova Iorque para a mostra: o Trylon — um obelisco Arte Déco — e o Perisférico — um globo branco brilhante. Dentro do último estava a Democracidade, uma exposição bastante popular que promoveu uma visão utópica da vida suburbana e do transporte motorizado para todos.[47] Esse futuro imaginário também inspirou o pavilhão corporativo mais próspero da Feira Mundial de 1939: o Futurama, da General Motors. Os visitantes aglomeravam-se para admirar o diagrama que mostrava como os EUA se pareceriam em 20 anos. Como no modelo Democracidade, essa exposição também previu que a maior parte das pessoas viveria em subúrbios e trafegaria para o trabalho em carros motorizados.[48] Tanto o governo quanto os grandes empresários estavam convencidos de que — dentro de algumas décadas — os Estados Unidos seriam uma sociedade de consumo.[49]
- “Democracidade” [é] uma metrópole perfeitamente integrada,
futurista, que pulsa com a vida, ritmo e música... Aqui está uma
cidade de um milhão de pessoas com uma população de 250 mil
trabalhadores, cujas casas estão localizadas além da própria cidade,
em cinco cidades satélites. Como grandes artérias, largas estradas
atravessam áreas expansivas da zona rural verde vívida, para conectar
cidades industriais remotas ao coração da cidade.[50]
- “Democracidade” [é] uma metrópole perfeitamente integrada,
Face à forte competição pela atenção dos visitantes, outras corporações exibiam máquinas que até então só eram encontradas em histórias de ficção científica. À estrela principal do pavilhão da Westinghouse foi Electro: “um homem de metal de quase três metros que fala, vê, cheira, canta e conta com seus dedos”.[51] Embora fosse só um aparelho, essa máquina foi uma das primeiras interações do futuro imaginário da inteligência artificial. Até a Feira Mundial de 1939, quase todas as histórias de ficção científica sobre seres sintéticos imitavam o enredo de Frankenstein, de Mary Shelley. Cedo ou tarde, a criatura fabricada se converteria em um monstro psicótico que tentaria matar o seu criador humano. Só um ano depois que a exposição fechou, Isaac Asimov — um autor nova-iorquino de ficção científica — partiu para modificar essa imagem negativa. Como inversão ao estereótipo popular, seus contos descreviam robôs com lealdade aos seus mestres humanos pré-programadas dentro de seus “cérebros positrônicos”.[52] Como o Electro no pavilhão da Westinghouse, os seres artificiais de Asimov eram produtos seguros e amistosos de uma grande corporação. Essa nova abordagem comprovou ser um sucesso entre o público estadunidense. Como reflexo dessa mudança de imagem, os meios de comunicação dos Estados Unidos ficaram fascinados com os cientistas que tanto trabalhavam para converter a fantasia de Asimov dos robôs amistosos em máquinas pensantes de verdade. Tanto na ficção científica como na ciência factual, a inteligência artificial havia se tornado a promessa de tempos melhores por vir.
Em suas exibições na Feira Mundial de 1939, o alto governo e os grandes negócios comprovavam que os Estados Unidos já implementavam o tema da exposição: “Construindo o mundo do amanhã".[53] O presente gerencial construía o futuro imaginário. Enquanto o imaginário dominante da Exposição Internacional Parisiense de 1937 representava a violência descontrolada do Estado totalitário, os ícones duráveis da Feira Mundial de Nova lorque em 1939 exprimiam o potencial produtivo da indústria estadunidense. A tecnologia do militarismo foi confrontada pela tecnologia do consumismo. Para essa competição de simbolismos ideológicos entre duas exposições internacionais, os Estados Unidos de longe forneciam uma visão muito mais atraente — e utópica — de futuro imaginário. Em 1941, como as nações da Europa se racharam em outra guerra desastrosa, Henry Luce — magnata editorial e íntimo do presidente dos Estados Unidos — proclamou o manifesto da crescente superpotência através do Atlântico:
- A promessa da produção adequada para toda a espécie humana,
a “vida mais abundante” — observado que isso é uma promessa
caracteristicamente estadunidense. É uma promessa facilmente feita
por demagogos e proponentes de todos os tipos, de esquemas doentes
e “economias planejadas”. Devemos insistir, sim, na vida abundante
que é declarada na liberdade — na liberdade que tem criado sua
possibilidade — em uma visão de liberdade sob a lei. Sem liberdade
não haverá vida abundante. Com a liberdade, pode haver.[54]
- A promessa da produção adequada para toda a espécie humana,
Notas:
^ 1. "Um milênio de progresso” foi um dos três simpáticos slogans utilizados para promover a Feira Mundial.
^ 2. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 94, 96 e 212.
^ 3. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, página 208; e William Laurence, Science at the fair, páginas 2—14. A Nasa foi fundada em 1958 como a agência de exploração espacial civil do governo dos Estados Unidos.
^ 4. Ver Tom Wolfe, The right stuff, páginas 109—177, 212-351.
^ 5. Ver John Kennedy, Special message to congress on urgent needs; e James Schefter, The race, páginas 145—231.
^ 6. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 180, 182, 206, 208, 212 e 214; e Laurence, Science at the fair, páginas 16—18.
^ 7. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, página 102; e Laurence, Science at the fair, páginas 54—56.
^ 8. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 52—53, 220, 222, 204. Ver também Sheldon Reaven, New frontiers, páginas 76—82.
^ 9. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 90, 92; e Laurence, Science at the fair, páginas. 40—43.
^ 10. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 206, 208; Laurence, Science at the fair, páginas 19—20; e Sheldon Reaven, New frontiers, páginas 90—93.
^ 11. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 82, 113—114; e Laurence, Science at the fair, páginas 43—54.
^ 12. Ver editorial da Time—Life Books, Guia oficial, páginas 86, 90.
^ 13. Ver Emerson Pugh, Lyle Johnson e John Palmer, IBM's 360 and early 370 systems, páginas 17—19.
^ 14. Ver Emerson Pugh, Building IBM, páginas 265—267.
^ 15. Ver Paul Ceruzzi, A history of modern computing, páginas 110—112; e Richard Thomas DeLamarter, Big blue, páginas 47—49.
^ 16. Ver IBM, System/360 announcement; e Pugh, Johnson and Palmer, IBM's 360 and early 370 systems, páginas 165—169.
^ 17. Ver Pugh, Building IBM, páginas 113—114.
^ 18. Ver Pugh, Johnson e Palmer, IBM's 360 and early 370 systems, páginas 114—367; e Ceruzzi, Modern computing, páginas 144—158.
^ 19. Ver DeLamarter, Big blue, páginas 54—146.
^ 20. Ver Charles e Ray Eames, IBM at the fair; editorial da Time—Life Books, Guia oficial páginas70, 74, 129; e Robert Stern, Thomas Mellins e David Fishman, New York 1960, página 1046.
^ 21. Alusão ao pavilhão da IBM no editorial da Time—Life Books, Guia oficial, página 129.
^ 22. Ver Herbert Simon, The shape of automation for men and management; e Marvin Minsky, Steps towards artificial intelligence.
^ 23. Ver Pugh, Building IBM, páginas 240—242.
^ 24. Ver Charles e Ray Eames, A computer perspective, páginas 105, 147—149.
^ 25. Ver Fred Wilcox, Forbidden planet.
^ 26. Simon, Shape of automation, página 39. Essa audaz previsão foi feita em 1960.
^ 27. Ada Louise Huxtable, em Robert Stern, Thomas Mellins e David Fishman, New York 1960, página 1046.
^ 28. Poucos anos depois, essa fantasia foi retratada nas famosas cenas de vôo espacial entre a Terra e a lua por Stanley Kubrick, no filme: 2001 - Uma odisséia no espaço.
^ 29. Ver Stephen Ambrose, The rise to globalism, página 102—296.
^ 30. Ver Jeffrey Auerbach, The great exhibition of 1851, páginas 113—118. Auguste Pugin — o organizador da exposição do Renascimento Gótico — havia recentemente projetado o interior falso-tudor das novas instalações do parlamento em Londres.
^ 31. Ver Jeffrey Auerbach, The great exhibition of 1851, páginas 91—98.
^ 32. Ver Eric Hobsbawm, The invention of tradition.
^ 33. Walter Bagehot, The english constitution, página 65.
^ 34. Ver Robert Brain, Going to the fair, página 97—103; e Jeffrey Auerbach, The great exhibition of 1851, páginas 104—108.
^ 35. Ver IM. Golby e AW. Purdue, The civilization of the crowd; e Eric Hobsbawm, Industry and empire, páginas 1—173.
^ 36. Ver Adam Smith, The wealth of nations, Volume 1 (A riqueza das nações), páginas 1—287, 401—445; Karl Marx, Capital, Volume 1, páginas 762—940; e Ellen Meiksins Wood, The pristine culture of capitalism, página 95—116.
^ 37. Ver Smith, The wealth of nations, Volume 1 (A riqueza das nações), páginas 7—25, 72—160, 401—445; David Ricardo, The principles of political economy, páginas 263—271; e Marx, Capital, Volume 1, páginas 429—639, 943—1084.
^ 38. Ver Jeffrey Auerbach, The great exhibition of 1851, páginas 100—104, 132—134.
^ 39. Ver Walter Benjamin, The arcades project, página 17—18.
^ 40. Ver Marx, Capital, Volume 1, páginas 270—280; e Isaac Rubin, Essays on Marx's theory of value, páginas 77—253.
^ 41. Ver Marx, Capital, Volume 1, páginas 163—177; e Rubin, Essays, páginas 5—60.
^ 42. Karl Marx, Grundrisse, página 692. Ver também Marx, Capital, Volume 1, páginas 501—506.
^ 43. Ver Brain, Going to the fair, páginas 10.
^ 44. Ver Urso Chappell, Expomuseum.
^ 45. Ver Julie Rose, Reactions to the fair.
^ 46. Ver Xavier Ryckelynck, L'Expo de 1937.
^ 47. Ver New York World's Fair 1939, Guia oficial, páginas 42—45; e Jeffrey Hart, Yesterday's America of tomorrow.
^ 48. Ver New York World's Fair 1939, Guia oficial, páginas 207—209; e David Gelernter, 1939, páginas 25, 34—35.
^ 49. Os visitantes da exibição Futurama ganharam um distintivo com o slogan “Eu vi o futuro”. Ver Gelernter, 1939, página 154.
^ 50. New York World's Fair 1939, Guia oficial, página 44.
^ 51. New York World's Fair 1939, Guia oficial, página 195. Ver também Charles e Ray Eames, A computer perspective, página 105.
^ 52. Ver Isaac Asimov, I, robot; The rest of the robots.
^ 53. Ver New York World's Fair 1939, Guia oficial.
^ 54. Henry Luce, The american century, páginas 14—15.
O detentor dos direitos autorais deste arquivo autoriza o seu uso por qualquer pessoa, para qualquer finalidade, com a condição de que a sua autoria seja devidamente atribuída. Redistribuição, trabalhos derivados, uso comercial e todos os demais usos são permitidos.