Manuel da Fonseca Lima e Silva, filho legítimo do marechal-de-campo José Joaquim de Lima e Silva, natural da cidade do Rio de Janeiro, nasceu a 10 de junho de 1793.
A 25 de novembro de 1806 assentou praça voluntariamente de cadete de primeira classe na 3ª companhia do 1º regimento de infantaria de linha do Rio de Janeiro, em cumprimento da ordem do vice-rei. Foi promovido a alferes por decreto de 13 de maio de 1808.
A 26 de abril de 1811 matriculou-se no 1-ano de estudos da Academia Real Militar da corte e cidade do Rio de Janeiro. Foi promovido a tenente-ajudante.
A 10 de janeiro de 1812 foi aprovado plenamente nas matérias do 1-ano, vigorando os estatutos de 4 de dezembro de 1810. A 31 de março de 1813 matriculou-se no 5^ ano da mesma Academia, e a 25 de janeiro de 1814 foi aprovado plenamente nas matérias desse ano, vigorando ainda os mesmos estatutos, completando portanto o curso de sua arma. Foi promovido a capitão da 7- Companhia.
A 16 de abril de 1817, dia em que teve lugar a organização do batalhão de Caçadores da Corte, fez passagem para a 3- Companhia do dito batalhão, e nele marchou na divisão expedicionária comandada pelo General Luís do Rego Barreto, para a província de Pernambuco, que se achava revoltada.
Por decreto de 16 de setembro de 1817 foi nomeado cavaleiro da Ordem de Cristo, em remuneração dos serviços militares prestados até o posto de capitão. Regressou com o dito batalhão para esta corte, depois de concluída a pacificação daquela província, no mês de dezembro de 1817. Foi promovido a major.
Por decreto de 18 de janeiro de 1823, dia em que foi organizado o batalhão do Imperador, fez passagem para esse batalhão e com ele marchou para a província da Bahia, reunindo-se ao exército ali organizado a 24 de março do mesmo ano, para expelir dessa parte do império as tropas portuguesas comandadas pelo general Madeira, que se opunha à Independência do Brasil.
Nesse mesmo dia assumiu o comando interino do batalhão, por ter o respectivo comandante passado a comandar a Brigada do Centro do Exército.
A 28 do mesmo mês entrou com uma parte do batalhão no ataque dado a um dos pontos da linha inimiga, e a 3 de maio comandou o batalhão no ataque geral de toda a linha do exército brasileiro contra a do inimigo.
A 27 de maio de 1823 passou a comandar a Jr brigada do exército, continuando também no comando interino do batalhão, e a 3 de junho, no ataque geral de toda a linha do exército brasileiro contra a do inimigo, comandou a referida 1- brigada. Restaurada a cidade da Bahia a 2 de julho desse ano, por terem as tropas portuguesas embarcado, e sendo dissolvido o exército quanto a sua organização provisória, deixou por isso o comando interino da brigada e batalhão no mês de novembro, para reentrar no exercício do seu posto de major do referido batalhão, com o qual embarcou naquela província, e chegou a esta corte em 16 de novembro do mesmo ano.
Por provisão da Casa Imperial de 20 de novembro de 1823, foi nomeado moço da Imperial Câmara, e por decreto de 17 de fevereiro do ano seguinte foi nomeado oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro, em atenção aos seus bons e úteis serviços. Foi promovido a tenente-coronel comandante do mesmo batalhão do Imperador.
Por ordem do dia do governo das armas da corte e província do Rio de Janeiro, de 28 de fevereiro de 1825, se publicou haver S. M. o Imperador determinado se fizesse constar ao Exército, em ordem do dia, que tendo o mesmo Augusto Senhor inesperadamente aparecido no quartel do batalhão do Imperador, para observar seu arranjo e asseio, o achara em tal estado, que merecera não só a sua imperial aprovação, como louvores ao seu respectivo comandante pelo religioso desempenho de seus deveres, bem como que não era aquela a única ocasião que tinha observado o estado de arranjo, asseio e disciplina do mesmo batalhão.
Por ocasião de S. M. o Imperador passar revista às tropas que tinham de marchar em 1825 para a província de Pernambuco, mandou o mesmo Augusto Senhor, em ordem do dia adicional do governo das armas da corte e província do Rio de Janeiro de 27 de março do citado ano, certificar ao batalhão do Imperador que ficara plenamente satisfeito por ver que sem nenhuma antecipação e dentro do espaço de uma hora se aprontara em ordem de marcha e em estado de embarcar à primeira voz se fosse preciso; o que fazia um contraste com alguns dos demais corpos a que passara revista, e dava um exemplo do quanto era vantajoso a boa disciplina em que o conservava o seu respectivo comandante.
Marchou com o batalhão do seu comando, em maio desse mesmo ano, para a praça de Montevidéu, por ocasião da revolta da Província Cisplatina Em virtude do decreto de 2 de julho de 1825 foi condecorado com a medalha concedida ao exército imperial que fez a guerra a favor da Independência na província da Bahia, e por provisão da Casa Imperial de 20 de outubro de 1826 foi nomeado guarda-roupa honorário. Foi promovido a coronel graduado.
Em dezembro de 1828 regressou a esta corte com o batalhão de seu ca mando, por ter cessado a guerra da referida Província Gsplatina, em virtude do tratado de paz feito com o governo argentino, tendo durante sua estada naquela província entrado nos diferentes ataques parciais que houveram entre as forças brasileira e inimiga.
Por decreto de 19 de outubro de 1829 foi nomeado cavaleiro da Ordem da Rosa Foi promovido à efetividade do posto de coronel. Por ofício do mordomo da Casa Imperial de 10 de julho de 1830 foi nomeado viador de S. M a Imperatriz, e por decreto de 16 de julho de 1831 ministro e secretário de estado dos negócios da Guerra.
Por aviso do ministério da Guerra de 8 de fevereiro de 1832 foi, a pedido seu, desligado do 1º Batalhão de Caçadores de 1ª linha (antes Batalhão do Imperador) e considerado como avulso.
Por decreto do 1º de agosto de 1832 foi nomeado ministro e secretário de estado dos negócios da Justiça (interino), sendo, por decreto de 3 do mesmo mês, exonerado, a pedido seu, não só desse cargo, como do de ministro da Guerra, louvando-lhe a Regência os bons serviços prestados nos referidos cargos.
Por decreto de 15 de setembro do mesmo ano foi nomeado comandante das armas da corte e província do Rio de Janeiro, e pelo de 15 de outubro do seguinte foi nomeado membro da comissão criada para formar o projeto de ordenança geral do exército, em cujo trabalho desde logo se empregou com os outros membros da comissão.
Nomeado ministro e secretário de estado dos negócios da Guerra e interino da Marinha por decreto de 14 de outubro de 1835, foi exonerado desse último cargo, por se ter preenchido a vaga daquele ministério, pelo decreto de 5 de fevereiro de 1836; e dispensado também de ministro da Guerra por decreto de 1- de novembro do mesmo ano, foi pelo dito decreto nomeado ministro e secretário de estado dos negócios do Império.
Por ofício da câmara municipal da cidade de Niterói de 19 de novembro de 1836, foi-lhe remetido o diploma de deputado à assembléia provincial do Rio de Janeiro na primeira legislatura, e convidado para tomar assento na sessão daquele ano.
Por decreto de 24 de abril de 1837, foi, a pedido seu, exonerado do cargo de ministro e secretário de estado dos negócios do Império, sendo-lhe louvado pelo regente os bons serviços que prestou no exercício do referido cargo. Foi promovido a brigadeiro.
Por decreto de 4 de setembro de 1837, foi nomeado vogal do Conselho Supremo Militar.
Por ofício do secretário da assembléia provincial do Rio de Janeiro de 2 de outubro de 1837, foi por ordem da mesma assembléia chamado a tomar assento na sessão daquele ano, o que tendo feito foi por ela eleito Vice-Presidente da respectiva província em quinto lugar para a seguinte legislatura.
Por aviso do ministério da Guerra de 24 de janeiro de 1838, foi novamente nomeado membro da comissão encarregada de concluir o projeto da ordenança do exército.
A 8 de junho de 1839 casou-se com D. Carlota Guilhermina de Lima e Silva, filha legítima do marechal-de-campo Francisco de Lima e Silva.
Por aviso do ministério da Guerra de 29 de agosto de 1839, mandou o regente agradecer-lhe e aos demais membros da comissão encarregada do projeto da ordenança os trabalhos concluídos pela mesma comissão relativamente à formação, administração, disciplina e repartição do exército.
Por decreto de 11 de janeiro de 1840, foi nomeado membro da comissão encarregada da parte penal do projeto da ordenança para o exército.
Em virtude do diploma de 5 de novembro de 1840, foi declarado eleitor da freguesia de Santana desta corte.
Por aviso do ministério da Guerra de 25 de janeiro de 1841, foi-lhe declarado e ordenado que desse parecer a respeito dos acontecimentos que haviam perturbado a tranquilidade da província do Rio Grande do Sul, ajuizando das operações militares naquela parte do território brasileiro, e que respondesse a diversos quesitos do dito aviso: o que cumpriu a 9 de fevereiro do referido ano.
Por aviso do mesmo ministério de 17 de maio de 1841, foi encarregado de rever e mandar imprimir o terceiro volume da legislação militar do marechal-de-campo Raimundo José da Cunha Matos.
Sendo por ofício do comandante superior das três legiões de Pouso Alegre, província de Minas, do 1-de maio de 1841 nomeado para por parte daquelas legiões assistir ao ato solene da sagração e coroação de Sua Majestade o Imperador, foi no dia competente admitido em virtude do aviso do ministério do Império de 7 de julho de 1841.
Por decreto de 18 de julho do mesmo ano foi-lhe concedido o título do conselho em remuneração de seus serviços prestados durante o tempo da menoridade de Sua Majestade o Imperador, no exercício dos cargos de ministro e secretário de estado dos negócios do Império e da Guerra.
Por aviso do Ministério da Guerra de 5 de março de 1842, foi louvado pelo zelo com que se empregou na revisão e impressão do 3H volume da legislação militar.
Por decreto de 15 de novembro de 1842 foi nomeado Secretário de Guerra interino do Conselho Supremo Militar, em cujo lugar entrou logo em exercício.
Por aviso do Ministério da Guerra de 17 de outubro de 1843 foi nomeado membro da comissão encarregada de estabelecer o sistema de manejo das diferentes armas do Exército, manobras e evoluções militares.
Por carta imperial de 9 de maio de 1844, foi nomeado presidente da província de São Paulo.
Por decreto de 10 de maio de 1844, foi nomeado comandante das armas da mesma província, e pelo de 20 do mesmo mês e ano, Secretário da Guerra efetivo do Conselho Supremo Militar. Foi promovido a marechal-de-campo graduado.
Sendo por decreto de 29 de julho de 1845 abolido o comando das armas da província de São Paulo, foi por isso dele dispensado em 1- de setembro desse mesmo ano, continuando na presidência da dita província.
Por decreto de 14 de março de 1846 foi nomeado grã-cruz da Ordem de São Bento de Aviz, em consideração aos seus bons serviços. Foi promovido à efetividade do posto de marechal-de-campo.
Em virtude do diploma de 3 de outubro de 1847, foi declarado eleitor da freguesia da Sé da província de São Paulo.
Por decreto de 30 de outubro de 1847, foi exonerado do cargo de presidente da Província de São Paulo.
Tendo-se procedido nessa província no mesmo dia à eleição de um senador, em resultado dela foi o seu nome incluído na lista tríplice, recaindo porém a escolha imperial em um dos outros dois indivíduos igualmente votados.
Por decreto de 21 de dezembro de 1848, foi nomeado comandante superior da Guarda Nacional do município da corte, em cujo exercício entrou no dia 24 do mesmo mês.
Por aviso do Ministério da Guerra de 29 de julho de 1850, foi nomeado inspetor dos corpos da guarnição da corte, entrando logo no exercício desta comissão.
Por aviso do mesmo ministério de 27 de setembro desse ano, foi nomeado membro da Comissão encarregada de propor ao governo quais as atuais instruções para manobras e exercícios dos corpos de artilharia, cavalaria e infantaria deveriam ser preferíveis para o nosso Exército: o que cumpriu a 30 do dito mês.
Por aviso do mesmo ministério de 23 de outubro de 1850 foi louvado pelo bem que cumpriu a comissão acima.
Por aviso do mesmo ministério de 3 de dezembro de 1850, foi encarregado de dar parecer a respeito do projeto de regulamento que lhe fora remetido para execução da lei de 6 de setembro de 1850: o que satisfez a 10 de dezembro do mesmo ano.
Por decreto de 15 de julho de 1851, por ocasião da nova organização da Guarda Nacional, foi novamente nomeado comandante superior da Guarda Nacional do município da corte. Foi promovido a tenente-general.
Por decretos de 3 de julho de 1852, foi nomeado conselheiro de guerra, e exonerado do lugar de secretário de guerra do Conselho Supremo Militar.
Em virtude do diploma de 11 de novembro de 1852, foi declarado eleitor da freguesia de Santana desta corte, e pelo de 19 de fevereiro de 1854, foi também declarado eleitor especial da referida freguesia a fim de eleger os senadores pela província do Rio de Janeiro.
Por decreto de 2 de dezembro de 1854, lhe foi concedido o título de Barão de Suruí, com honras de grandeza.
Por decreto de 21 de janeiro de 1857, foi nomeado ajudante de general-do-exército.
Por aviso do ministério da Justiça de 8 de fevereiro de 1857, mandou Sua Majestade o Imperador louvar-lhe pelos bons serviços que prestou, zelo e lealdade de que dera provas durante o tempo que tão dignamente exercera o lugar de comandante superior da Guarda Nacional da corte, agradecendo o respectivo ministro de sua parte a coadjuvação que lhe prestara em negócios relativos à Guarda Nacional, com especialidade na sua organização.
Pela ordem do dia do Exército de 18 de fevereiro de 1857, sob r£ 1, tomou posse do lugar de ajudante-general do Exército nesse mesmo dia, deixando por isso de exercer o de inspetor dos corpos da guarnição da corte.
Em virtude do Decreto r£ 2.677 de 27 de outubro de 1860 que reformou a Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra e a repartição do ajudante-general, foi nomeado, por decreto de 31 do mesmo mês e ano, diretor-geral da segunda diretoria-geral da referida secretaria de estado.
Por decreto de 7 de novembro de 1860, publicado na ordem do dia do Exército r£ 218, foi, a pedido seu, exonerado do cargo de ajudante-general do Exército.
Rio e Janeiro, 11 de junho de 1861.