Salve Terra, formosa e querida!
Aprazível jardim sem rival,
Pitoresca Jaboticatubas
Meu caríssimo berço natal!
Os teus raros primores são tais
E as tuas belezas são tantas
Que de teus filhos todos, as almas
Arrebatas, cativas, encantas! (bis)
No teu céu de azul safirino,
Entre cirros o sol se conduz
Sobre ti lá de cima derrama
Afagante chuveiro de luz.
Nas manhãs e nas tardes fagueiras,
Balançando de leve as ramagens,
Sopra a brisa impregnada de aroma,
Que se exala das flores selvagens.(bis)
Tuas belas campinas repletas
De gentis passarinhos cantores
Tão cheirosas, extensas e verdes
Sempre, sempre coberta de flores
São tapetes de luxo e primor
De valor, de belezas estranhas
Que se estendem por sobre os planaltos
Destas várias soberbas montanhas.(bis)
Tuas verdes florestas são densas
Ora ornadas de ipês lourejantes
Em seu fundo gorjeiam corrixos
Juritis soltam graves descantes
Bem-te-vis, pintassilgos, canários
Ali formam corais de trinados
Borboletas travessas vagueiam
Adejando no fundo dos prados.(bis)
Pelos vales cantantes, regatos,
Que serpeiam por ente ingazeiros
Banham várzeas virentes, relvosas
Enfeitadas de esbeltos coqueiros
Sussurrando ao passar morno zéfiro
Vai brincando na verde folhagem
Da baunilha o perfume melífluo
Recolhendo em ligeira passagem.(bis)
Murmurando, o espumoso riacho
Vai rolando em seu leito de pedra
Recebendo dos claros ribeiros
Água pura em que a peste não medra,
Mais além passa a serra azulada
Vai querendo nas nuvens tocar
Parecendo nas pétreas entranhas
A morada do sol ocultar.(bis)
Minha terra, meu berço natal,
És formosa, tens luxo e beleza!
O presente te faz opulenta
O povir te trará realeza
Sem cessar, ao bom Deus, agradeço
Ter nascido em tão belo recreio
Nele, espero dormir, bem tranqüilo
O meu sono final em teu seio. (bis)