Princesa centenária da Baixada
Gentil rainha do meu coração
Os braços de palmeiras, coroasa,
Sorris de formosura ao Maranhão
Vive Pinheiro, ainda,
Nos séculos, Rainha,
Rica, gloriosa e linda
Em teu verde esplendor
Triunfa sempre altiva
No pelejar da vida
E, na tua gente viva
Nobre e fecundado amor!
Ao longe escorrem
Lentas, caudalosas,
As águas verdes do Pericumã
Levando em si riquezas portentosas
Penhor de vida e de tua gente sã.
Pontilham o campo verde, ilimitado,
Lotes de rezes, que pastando vão,
E quando o campo brilha, já alagado,
Deslizam barcos na ampla solidão.
Murmura aos ventos mansos da chapada
A cabeleireira do babaçual
E em vivo ritmo a gente atarefada
Os cocos quebra e canta o palmeiral.
A torre da Matriz, em nota vária,
Dos céus azuis brilhando à clara luz
Relembra que és, Pinheiro centenária,
Esplêndido torrão de Santa Cruz.
A fé em cristo é teu quinhão sagrado,
Tuas esperanças lá no céu de anil
Guarda teu coração imaculado
Grande na fé do Brasil...