De Portugal chegou a nossa bênção
Fazendo orgulho para um povo.
Um peregrino de Deus aportou:
“– Arucará !”, Vieira, assim, chamou.
Com essa jovem terra abençoada
Índios, portugueses, Nheengaíbas
Acenderam o tom de uma nova canção
Do seio das lutas aos sabores da paz.
Terra abençoada do Arucará.
Agora, és Portel,
Do meu coração,
Tua glória teu povo há de cantar!
O teu nascer cativa o universo.
O Febo flameja tuas matas.
O teu encanto nos confortará
Cheio de amor para nos acolher.
Com tuas florestas e pedras “escrevidas”
Onde a vida é cênica, primores.
Frutos ervas, flores hão de acenar
Para a terna estrela do Rio Pacajá.
Terra abençoada do Arucará.
Agora, és Portel,
Do meu coração,
Tua glória teu povo há de cantar!
Chão dos avós, dos pais, da minha infância,
Do sonho, o futuro, o meu amor.
Das poesias nas noites enfim
A cantar o ser, a alegria e dor.
E que o sangue ferva nos teus filhos
Para que se busquem neoportais.
E possam trazer-te nas gerações
Com labor e certeza de grandes ideais.
Terra abençoada do Arucará.
Agora, és Portel,
Do meu coração,
Tua glória teu povo há de cantar!
Hás de brilhar, meu nobre Arucará,
Nutrindo a grandeza: liberdade.
Tua bandeira se orgulhará
No Vento Norte, querido Pará.
E quando meu corpo a terra descer
E a alma ir-se para o céu.
Possa com altivez, então, confessar:
”Eu te amo, Portel, com todo esplendor!”
