SOLEDADE


O’ doce morenita
De olhar magoado e triste,
Onde a Saudade existe
E o Desconsolo habita...

Faz pena ver-te assim
A’ hora do sol posto,
Annuviado o rosto,
O’ meigo seraphim!

As vezes penso e scismo
No que te faz soffrer.
E sinto que o meu ser
Quer desvendar um abysmo.

Porque soluça tanto
Um coração de pomba,
Se a noite amena tomba
Cheia de paz e encanto?

Porque teu cilio treme
Interrogando a lua?
Que grande dor é a tua?
Porque teu seio geme?

Acaso esta saudade
Que o teu olhar encerra
Será porque na terra
Chamam-te Soledade?

Será? Mas que lembrança
Foi essa, meu jasmim,
De dar um nome assim
A um’alma de creança?

A um’alma que é um sonho
Mais branco do que um véo,
Cahido lá do Céo
Neste paul medonho!