Abre os olhos á Vida e fica mudo!
Oh! basta crêr indefinidamente
Para ficar illuminado tudo
De uma luz immortal e transcendente.

5Crêr é sentir, como secréto escudo,
A alma risonha, lucida, vidente...
E abandonar o sujo deus cornúdo,
O sátyro da Carne impenitente.


Abandonar os languidos rugidos,
10O infinito gemido dos gemidos,
Que vae no lodo a carne chafurdando.

Erguer os olhos, levantar os braços
Para o eterno Silencio dos Espaços
E no Silencio emmudecer olhando.