Eternamente fria, inamovibel,
Materia alevantada á luz da vida,
Não sei se me será doce guarida,
Se para mim será um impossivel.
Ausculta-se, não pulsa. É insensivel
Aos sonhos meus, á minha voz sentida,
Gelada, sempre fria, incomprehendida
Do amor é uma nota não tangivel.
E tem no olhar vibrante o eterno fogo
Que se propaga a alma e fere logo
Enlaçando n'um aro o coração.
—Ama?—Eu não o sei! Extranha amante!
Illapidada assim como um brilhante,
Talvez da naturesa aberração.