Do cego Deus, Anarda, compelido
Vejo teu rosto, e digo meu tormento;
Digo para favor do sentimento,
Vejo para recreio do sentido;
As rosas de teu rosto desabrido,
De teus olhos o esquivo luzimento;
Este fulmina logo o raio isento
Estas espinham logo ao Deus Cupido.
Porém para experiências amorosas,
Quando de amor as ânsias atropelas,
As perfeições se mudam deslustrosas:
Porque tomando amor vingança delas,
Nos rigores te afeia as lindas rosas,
Nas iras te escurece as luzes belas.