Os jornais não têm noticiado convenientemente as decisões dessa importante associação que vem prestando ao país os mais extraordinários serviços.
E uma lástima que a ligeireza da nossa imprensa assim proceda, porquanto o público brasileiro devia estar sempre informado dos seus atos, para apoiar moral e materialmente tão útil sociedade.
É mesmo do nosso temperamento não dar importância às coisas sérias, antes preocuparmo-nos com toleimas e futilidades.
Os jornais enchem páginas e páginas sobre coisas de "almofadinhas" e "transparentes", mas repelem tudo o que interessa os destinos da nacionalidade.
Um crime vale mais do que um apelo à Nação para que se una em prol de sua grandeza.
Não é o criminoso que ganha com o crime; são os jornais. Os delinquentes se fizeram assim, para uso e gozo das folhas volantes.
Não nos move contra elas nenhuma espécie de animosidade; mas registramos um fato unicamente.
Tudo isso veio a propósito do fato lamentável de não terem os grandes diários desta capital publicado as últimas resoluções da Liga de Defesa Nacional, votadas em sessão de diretoria.
Ficou estabelecido nessa memorável sessão que se fortificasse a margem brasileira do Oiapoque, a linha de cumiada das serras de Tumucumaque, Acaraí e Paracaima, a fim de evitar as incursões dos franceses da sua Guiana no nosso território.
Aprovada sem debate tão importante resolução, foi votada a verba de um maciço discurso do senhor Coelho Neto, para custear a construção dos fortes, fortins e fortalezas indispensáveis.
Não se pode negar que a liga procedeu patrioticamente e que os fundos votados são consideráveis.
Outra resolução importante foi a de melhorar a situação de nossas forças na fronteira de Mato Grosso com o Paraguai.
Toda a gente sabe em que estado lamentável está tudo aquilo, quanto a quartéis, cavalhada, etc., etc.
Pois bem: a liga destinou a verba de uma versalhada do senhor Leôncio Correia, para que tão triste estado de coisas acabasse de vez.
Não cabe nos estreitos limites desta revista citar todas as decisões da liga; mas os leitores podem encontrá-las no Diário Oficial,que é jornal de leitura amena.
Careta, Rio, 25-10-1919.