Era uma frondosa
Roseira se abria
Um negro botão.
Marília formosa
O pé lhe torcia
Com a branca mão.
Nas folhas viçosas
A abelha enraivada
O corpo escondeu.
Tocou-lhe Marília;
Na mão descuidada,
A fera mordeu.
Apenas lhe morde,
Marília, gritando,
C'o dedo fugiu.
Amor, que no bosque
Estava brincando,
Aos ais acudiu.
Mal viu a rotura,
E o sangue espargido,
Que a Deusa mostrou;
Risonho beijando
O dedo ofendido,
Assim lhe falou:
"Se tu por não tão pouco
O pranto desatas,
Ah! Dá-me atenção;
E como daquele
Que feres e matas
Não tens compaixão?"