Memória sobre a ilha Terceira/V/Preâmbulo

PREÂMBULO Parecerá supérfluo escrever novamente a história da ilha Terceira, depois de tantos documentos literários, que têm aparecido à luz da publicidade, firmados por penas ilustres e de mais subido valor que a nossa. Não pretendemos ter, com isto, a veleidade de nos impormos com a autoridade precisa que não possuímos, nem tão pouco colocar-nos a par dos vários escritores açorianos que por vezes têm descrito as páginas brilhantes da nossa história pátria. O nosso fim aspira simplesmente à compilação desses documentos, que se encontram dispersos e nos parecem de maior importância, colocando-os segundo a sua ordem cronológica. Não iremos às pequenas dissidências pessoais, que por vezes se têm suscitado entre nós, e que historicamente nenhum valor têm, sendo só próprias dos pequenos meios sociais, como é a ilha Terceira. Apresentaremos simplesmente os factos mais importantes da nossa história e que, por si, constituíram uma fase mais ou menos brilhante por que tem passado a ilha Terceira, desde a sua colonização. Para isso, dividiremos esta última parte do nosso trabalho, em quatro épocas distintas. A primeira, desde os primeiros povoadores até à invasão dos castelhanos. A segunda, compreendendo o domínio espanhol até 1642. A terceira, desde a restauração de Portugal até à implantação do regime constitucional. A quarta, finalmente, desde aquela época até à atualidade.


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